sábado, 10 de agosto de 2024

"BIOLOGIA QUÂNTICA / CÉREBRO QUÂNTICO"



Cientistas apresentaram uma nova teoria sobre o funcionamento do cérebro humano: Em vez de se basear na troca de informações elétricas entre neuônios, a nova teoria propõe que o pensamento, o raciocínio e a memória funcionam com base em fenômenos da física quântica.

A visão científica atual sobre o cérebro e a mente humana se fundamenta na troca de bioeletricidade e de sinais químicos entre as células do cérebro, todos fenômenos estudados pela chamada "física clássica", aquela que explica os fenômenos cotidianos em macroescala. Mas esta teoria tem um poder explicativo muito baixo - ela não consegue, por exemplo, explicar como nossas memórias são guardadas.

Zefei Liu e seus colegas da Universidade Shanghai (China) estão propondo agora que o funcionamento do cérebro se baseia não nos fenômenos clássicos, mas nos fenômenos quânticos. Mais especificamente, em um fenômeno conhecido como entrelaçamento, ou emaranhamento.

Entrelaçamento quântico

O entrelaçamento quântico, que Albert Einstein tentou desacreditar chamando-o de "ação fantasmagórica à distância", é um fenômeno no qual duas partículas ficam intrinsecamente associadas, de tal forma que o estado de uma afeta imediatamente o estado da outra, independentemente da distância que as separe - elas parecem se comunicar instantaneamente, rompendo até mesmo o famoso limite universal de velocidade, a velocidade da luz.

A proposta de Liu e seus colegas é que o entrelaçamento quântico pode ocorrer entre as bainhas de mielina, que são as capas que revestem os neurônios, e os fótons produzidos naturalmente dentro do cérebro. De acordo com os cálculos da equipe, quando os biofótons infravermelhos colidem com uma bainha de mielina, a bainha emite dois fótons em rápida sucessão, e muitos desses pares podem ficar entrelaçados, ou seja, inextricavelmente ligados entre si.

Assim, um fóton não precisa viajar de um lado para o outro para que a informação se dissemine pelo cérebro: Basta que um dos fótons seja alterado para que seu par entrelaçado seja imediatamente modificado do mesmo modo. Isso pode explicar, por exemplo, como partes distantes do cérebro se comunicam tão rapidamente, algo que as teorias baseadas na eletricidade ou na condução química não conseguem.

Mente quântica

A ideia de que "nosso cérebro é quântico", ou seja, que os fenômenos quânticos desempenham um papel no funcionamento do cérebro, não é nova, mas esta é a primeira pesquisa a oferecer um modelo matemático e um roteiro concreto para explorar esta possibilidade.

Para guiar os experimentalistas, que agora terão que comprovar que a teoria é válida, a equipe sugere que o entrelaçamento quântico pode estar interligando a mielina a outras partes dos neurônios, como os poros das proteínas envolvidos na sinalização elétrica.

Mas resta muito trabalho a ser feito. Embora seja usado na computação quântica, e demonstrado em inúmeros experimentos, o entrelaçamento quântico tipicamente envolve a manipulação de materiais inertes resfriados criogenicamente até perto do zero absoluto. Fazer experimentos de física quântica em amostras biológicas será muito mais complicado. E, depois disso, será necessário então comprovar a associação entre o entrelaçamento e eventos estudados pela neurociência, como a memória e o raciocínio.

https://www.diariodasaude.com.br/index.php

Checagem com artigo científico:

Artigo: Entangled biphoton generation in the myelin sheath
Autores: Zefei Liu, Yong-Cong Chen, Ping Ao
Publicação: Physical Review E
Vol.: 110, 024402
DOI: 10.1103/PhysRevE.110.024402

domingo, 4 de agosto de 2024

"DESCOBRIMOS COMO DETECTAR OBJETOS ALIENÍGENAS EM PROPULSÃO DE DOBRA "


Naves alienígenas com propulsão de dobra poderão ser detectadas
Uma falha na propulsão de dobra irá gerar ondas gravitacionais com assinatura característica, que poderá ser detectada !
                                                                                  

Bem, na prática, o projeto envolve uma exótica "energia negativa", que nunca foi observada. Mas outros pesquisadores fizeram a ideia original de Alcubierre avançar, e hoje os físicos aceitam que um motor de dobra é possível, ainda que consuma muita energia.

A colaboração mais recente na área, feita por um trio de físicos do Reino Unido e da Alemanha, não vai ajudar os terráqueos a construir seus próprios motores de dobra, mas pode nos ajudar a detectar motores de dobra de civilizações mais avançadas que por acaso estejam circulando por aí.

Na verdade, a teoria elaborada por Katy Clough e seus colegas vai nos ajudar a detectar alguma espaçonave alienígena apenas se seu motor de dobra der defeito.

O que a equipe descobriu é que uma eventual "falha de contenção" do motor de dobra - que sempre apavorava o Sr. Scotty - irá gerar ondas gravitacionais que poderão ser eventualmente detectadas por sensores suficientemente avançados instalados aqui na Terra.

"Ainda que os propulsores de dobra sejam puramente teóricos, eles têm uma descrição bem definida na teoria da Relatividade Geral de Einstein e, portanto, as simulações numéricas nos permitem explorar o impacto que eles podem ter no espaço-tempo na forma de ondas gravitacionais," disse Clough.

Falha nos propulsores de dobra

As simulações mostraram que o colapso da dobra espacial gera uma explosão de ondas gravitacionais muito característica, uma ondulação no espaço-tempo que pode ser detectável por detectores de ondas gravitacionais que normalmente têm sua atenção voltada para fusões de buracos negros e estrelas de nêutrons.

Ao contrário dos "zumbidos" de baixa frequência gerados por objetos astrofísicos em fusão, o colapso da dobra espacial geraria uma explosão curta e de alta frequência. O processo emite uma onda de matéria de energia negativa, seguida por ondas positivas e negativas alternadas. Essa dança complexa resulta em um aumento líquido na energia geral do sistema e, em princípio, pode fornecer uma assinatura do colapso do motor quando as ondas resultantes interagirem com a matéria normal.

Já sabemos que detectar ondas gravitacionais de alta frequência pode mudar o modo como vemos o Universo, mas ainda não construímos nenhum detector desse tipo - na verdade, ainda não sabemos exatamente como construir um desses.

No entanto, futuros observatórios de frequência mais alta, eventualmente sucessores do LIGO e VIRGO, poderão ser capazes de detectar essas ondas gravitacionais, coletando evidências da tecnologia de propulsão de dobra mesmo antes que possamos construí-la nós mesmos.

"Em nosso estudo, a forma inicial do espaço-tempo é a bolha de dobra descrita por Alcubierre. Embora tenhamos conseguido demonstrar que um sinal observável poderia, em princípio, ser encontrado por detectores futuros, dada a natureza especulativa do trabalho, isso não é suficiente para endossar o desenvolvimento do instrumento," ressalva o professor Sebastian Khan.

(Site Inovação Técnológica)

Bibliografia:

Artigo: What no one has seen before: gravitational waveforms from warp drive collapse
Autores: Katy Clough, Tim Dietrich, Sebastian Khan
Revista: The Open Journal of Astrophysics
Vol.: 7, 2024
DOI: 10.33232/001c.121868.
Link: https://arxiv.org/abs/2406.02466v2