A molécula do bem-estar está dentro de nós, corre por todo o nosso organismo e atua principalmente no cérebro. Só depende de nós controlá-la, nomeadamente a partir da alimentação. Este transmissor denomina-se serotonina e ajuda as diferentes partes do cérebro a comunicarem entre si.
As suas funções principais são controlar a fome, é um calmante natural do sistema nervoso, dá a sensação de boa disposição, ajuda a melhorar a memória, é um analgésico natural e previne o aparecimento de problemas cardíacos.
Estas funções estão intimamente ligadas ao estímulo dos batimentos cardíacos, ao início do sono e à luta contra a depressão, sendo muito utilizada em medicamentos para combater esta doença, de modo a reforçar os níveis deste neurotransmissor no cérebro. Quem nunca se sentiu triste, deprimido, ansioso ou agressivo? Quem nunca teve vontade de discutir, agir por impulso? A serotonina controla todas estas sensações, bem como a vontade de comer compulsivamente, principalmente doces.
Problemas psiquiátricos, comportamento obsessivo-compulsivo, ansiedade, distúrbios afetivos, o medo (em casos extremos, pânico), para além de todos os sintomas de depressão, já foram associados ao mau funcionamento deste neurotransmissor que é enfim, regulador do humor, do sono, da atividade sexual, do apetite, do ritmo cardíaco, das funções neuroendócrinas, da sensibilidade à dor e da atividade motora.
Se pensarmos bem, chegamos à conclusão que determinados químicos exercem bastante influência sobre o cérebro, como é o caso da droga, e que isso se reflete no nosso estado emocional. No caso da serotonina, a situação é semelhante. A diferença é que esta “droga natural” tem sido usada para tratar distúrbios psicológicos, razão pela qual é muito importante controlarmos os níveis desta substância no sangue e se os níveis forem deficitários, deve-se compensar a sua falta.
Um estudo realizado nos Estados Unidos chegou à conclusão que os jovens que apresentam tendência para o suicídio sofrem de grandes disfunções ao nível desta molécula. Recentemente verificou-se igualmente que a serotonina também influencia no que diz respeito à alimentação. Sendo assim, a bulimia, anorexia e compulsão por comida são causadas por um desequilíbrio neste neurotransmissor. Assim, a “molécula da felicidade” controla a fome e a sede no organismo.
A vontade de comer doces é causada pela falta deste transmissor e isso comprova-se ao pensarmos se, quando estamos mais deprimidos, não recorremos aos nossos “amigos” chocolates. Isto deve-se ao fato deste doce, mais do que qualquer outro, contribuir não só para o desaparecimento da irritabilidade e tristeza, como também compensar os níveis de açúcar no sangue que, nestas alturas, é deficitário.
Então, podemos controlar o nosso humor pela alimentação. Com certeza já repararam que as pessoas que estão a fazer dieta se sentem tristes e pensam que estão cada vez mais feias e gordas, sofrendo de uma falta de autoconfiança enorme. Isso acontece porque apresentam baixos teores de triptofano, uma substância percursora da serotonina.
Uma maneira de manter os níveis desta molécula altos é ter o cuidado de comer refeições ricas em hidratos de carbono. Outro campo onde a serotonina é preciosa é na memória, pois é responsável pela regulação do sono. Agora estarão a pensar: “Mas o que é que o sono tem a ver com a memória?” Tudo! Uma pessoa que dorme pouco, que sofre muito de insonias, apresenta-se ansiosa, deprimida e sem vontade de estudar ou com dificuldade em manter-se atento no trabalho.
Por isso é que é necessário dormir entre 8 a 12 horas por dia, pois a substância milagrosa é segregada durante o sono. Finalmente, é igualmente importante na luta contra a dor em certas doenças e respectivos tratamentos que provocam dores agudas. Por tudo isto também é possível encontrar serotonina em analgésicos, nomeadamente para as dores de cabeça, enxaquecas e síndroma pré-menstrual, (com certeza conhecem mulheres que comem muito chocolate nestas alturas), bem como para a prevenção de doenças cardíacas e do sistema imunológico.
Concluindo, é indispensável controlarmos os níveis de serotonina no sangue, praticando uma vida saudável e tendo cuidado com a alimentação, se queremos evitar a depressão e todos os problemas que lhe estão adjacentes.
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