(Obra Prima de Deus, um Camapu maduro e embalado pela Natureza )
A fruta é um dos alimentos imprescindíveis na alimentação do ser humano. Apesar de ser importante para o nosso organismo, a fruta contribui também com diversas propriedades medicinais.
A fruta é extremamente importante para o organismo do ser humano. Não é por acaso que os médicos e especialistas nessa matéria aconselham aos seus pacientes o seu consumo diário. Assim, e existindo diversos géneros de frutos, é imprescindível que se varie na fruta e que, tal como outro qualquer alimento, seja consumida em quantidades moderadas e variadas.
As frutas possuem propriedades medicinais específicas, indicadas para combaterem determinadas doenças ou problemas que possam surgir no organismo humano. A amora, por exemplo, é extremamente purificativa, digestiva, calmante e diurética. A amora é aconselhável especialmente a todas as pessoas que tenham problemas de reumatismo, gota ou de artrite. Para as pessoas com prisão de ventre, bronquites, ou com problemas na próstata ou bexiga, o indicado será o abacaxi. Além destas acções, o abacaxi é também muito recomendado a todos aqueles que têm falta de memória, e que são muitas vezes invadidos pela melancolia ou tristeza.
O figo e a ameixa são duas das frutas mais indicadas para pessoas com prisão de ventre. Excelente laxante, a ameixa é também indicada para infecções urinárias, hemorróidas, problemas respiratórios ou para a hipocondria. O figo, sendo também um excelente laxante, está recomendado para problemas digestivos, muito bom para o fígado, inflamações da boca, gengivas, catarro ou bronquites. O figo é também um eficaz diurético e depurativo do sangue.
A banana, outro fruto muito consumido em Portugal, traduz-se por possuir capacidades medicinais na ordem dos problemas renais, fígado ou de estômago. Insónias, dores de cabeça constantes ou distúrbios no sistema nervoso são mais algumas das acções que as bananas protagonizam. Para neutralizar os ácidos do organismo nada melhor do que cerejas. Reumatismo, gota, artrite, arteriosclerose, diarreia ou problemas intestinais são alguns dos campos nos quais a cereja permite deixar mostrar as suas propriedades, embora não nos possamos esquecer do excelente depurativo e remineralizante que a cereja representa.
Quando se está com uma forte diarreia, as folhas do morango são excelentes para atenuar esse problema. O morango é uma das frutas com um vasto leque de propriedades medicinais, que se aglomeram não só no fruto em si, como também na folha e raiz. O morango é muito eficaz para pedras na bexiga, gota, possui propriedades anti-úricas, aconselhável para o catarro, indicado para o artritismo ou para as afecções hepáticas.
A laranja ou a tangerina são outro dos frutos que muito se apela ao seu consumo. Permitindo acalmar a sede, a laranja é eficaz na secreção do suco gástrico e da bílis, sendo também muito recomendada para o combate à anemia. Este fruto apresenta também funções muito positivas para as vias respiratórias e asma, indicado para a pneumonia e equilibrando o sistema nervoso. Para a gripe, febre ou prisão de ventre, a laranja é também fortemente recomendada.
A melancia, fruto muito apreciado no Verão, é um excelente remédio para combater problemas de pele. É também indicada para problemas reumáticos, para além de limpar e lavar os intestinos na sua totalidade. O melão é mais uma fruta com propriedades medicinais amplas, refrescando, acalmando, e apresentando-se como um notável diurético e laxante. Aconselhável para problemas de fígado, o melão é recomendado para a febre tifóide, problemas no esófago, garganta, obesidade, reumatismo ou gota.
Muitas outras frutas apresentam capacidades medicinais extraordinárias como é o caso da uva, ideal para o coração, fígado, rim, intestino e pulmões, a pêra, vital para quem sofre de hipertensão arterial, ou o pêssego, a peça de fruta que as pessoas com problemas de gota, nos pulmões e os diabéticos mais devem consumir. Estas e outras peças de fruta podem fazer milagres para o seu organismo, ainda que, provavelmente, você não tenha conhecimento disso.
Lembre-se que sempre que comer uma determinada fruta está a contribuir para uma zona ou órgão do seu corpo!
Sobre a exótica e saborosa fruta da foto acima, a Mullaca ou Camapu, comum em nosso cerrados, reservamos uma materia especial, devido à suas incríveis propriedades medicinais, verdadeira jóia da Natureza, delicadamente embalada para o consumo do homem !
A Mullaca, ou Camapu é uma erva indígena anual na maior parte dos trópicos, incluindo a Amazônia. Ela pode ser encontrada na maioria dos continentes nos trópicos, incluindo África, Ásia e Américas.
Cresce até 1 metro de altura, com galhos pequenos, flores de cor creme e produz um fruto comestível pequeno, de coloração clara laranja-amarelada. Esse fruto é referido algumas vezes como uva-espim de cabo.
Usos Tradicionais
A Mullaca tem um grande e garantido espaço na medicina fitoterápica nos países tropicais onde ela cresce. É utilizada pelos índios da Floresta Tropical na Amazônia conforme documentado e seus frutos tártaro-doces são apreciados por vários habitantes da floresta tropical, como animais e seres humanos .
As tribos indígenas da Amazônia utilizam infusão da folha como diurético . Algumas tribos colombianas acreditam que os frutos e as folhas possuem propriedades narcóticas e sua decocção é utilizada como um anti-inflamatório e anti-infeccioso para doenças de pele; outros utilizam chá da folha para asma.
A população indígena da Amazônia Peruana utiliza o suco da folha internamente e externamente para ferimentos; e as folhas e/ou as raízes para dor de ouvido, problemas hepáticos, malária, hepatite e reumatismo. Tribos indígenas da Amazônia brasileira utilizam a seiva da planta para dores de ouvido e as raízes para icterícia .
A Mullaca também têm sido utilizada pelos povos indígenas para distúrbios femininos. Nas Ilhas Salomão , do fruto da mullaca faz-se uma decocção que é tomada para prover fertilidade. Um chá é feito da planta inteira e/ou das folhas nas Índias do Oeste e na Jamaica para prevenir aborto intencional ou espontâneo. No Peru a folha é infundida e utilizada para tratar infecções pós-parto enquanto que em Tonga a planta inteira é utilizada para a mesma condição.
A mullaca é empregada na medicina fitoterápica tanto no Peru quanto no Brasil. Para a medicina fitoterápica peruana a planta é chamada de mullaca ou bolsa mullaca. Para tratar diabetes, raízes de três plantas de mullaca são cortadas e maceradas em 1/4 de litro de rum durante sete dias. È adicionado mel e 1/2 copo deste medicamento é tomado duas vezes ao dia durante 60 dias. Além disso uma infusão feita com as folhas é recomendada como um bom diurético e uma infusão feita com as raízes é utilizada para tratar hepatite. Para asma e malária, a dose é um copo de chá feito a partir das partes aéreas da planta. Na medicina fitoterápica brasileira a planta é chamada de camapu. É empregada para reumatismo crônico, doenças de pele e dermatites , como sedativo e diurético, para febre e vômito e para vários tipos de problemas renais, hepáticos e da vesícula biliar.
Químicos da Planta
Estudos fitoquímicos com a mullaca revelaram que ela contém vários tipos de princípios ativos, que ocorrem naturalmente, incluindo flavonóides, alcalóides e muitos tipos diferentes de plantas esteróides, alguns dos quais nunca foram vistos antes pela ciência. A mullaca têm sido o alvo de pesquisa clínica recente (que ainda está em andamento) baseada em estudos preliminares que mostraram que ela é um imuno - estimulante eficaz, é citotóxica para vários tipos de células de câncer e leucemia, e que possui propriedades antimicrobianas. Os novos esteróides encontrados na mullaca têm recebido a maior atenção, e muitas das ações anti-cancerígenas, anti-tumorais e anti-leucêmicas documentadas são atribuídas a estes esteróides.
Vários extratos da mullaca, assim como estes esteróides extraídos da planta chamados fisalinas, têm demonstrado forte atividade citotóxica in vitro e in vivo (camundongos) contra inúmeros tipos de células cancerígenas de humano e animal , incluindo câncer de pulmão, de cólon, nasofaringe, fígado, cérvix , melanoma e cerebral. Esta pesquisa em câncer foi iniciada em meados dos anos 1980 com pesquisadores na Tailândia e nos Estados Unidos e foi verificado com uma pesquisa realizada na Universidade de Taiwan em 1992 (onde eles demonstraram um efeito citotóxico significante contra cinco tipos de câncer humano e três tipos de câncer em animais). Em 2001, pesquisadores da Universidade de Houston , isolaram ainda outro novo princípio ativo da mullaca, o qual demonstrou importante toxicidade contra células de câncer da nasofaringe, células cancerígenas de adenocarcinoma de pulmão assim como leucemia em camundongos. Os mesmos pesquisadores taiwaneses publicaram um estudo separado com outros princípios ativos anti-leucêmicos da mullaca em 1992, onde foi reportado que dois princípios ativos fisalina inibiram o crescimento de cinco tipos de leucemia aguda, incluindo linfóide (T & B), promielocítico, mielóide e monocítico.
Outros pesquisadores na China e Rússia, demonstraram independentemente, efeitos imunomodulatórios significantes contra blastogênese , enquanto que o aumento de outras funções imunológicas, as quais podem ser relatadas pelos efeitos anti-leucêmicos em camundongos foram vistos por outros pesquisadores. Com as células tumorais , a pesquisa sugere que diversos princípios ativos esteroidais da mullaca, agem na topoisomerase II para deter o ciclo celular em células de câncer assim como para aumentar a fosforilação.
Os principais químicos isolados até agora incluem: ayanin, ácido chlorogenic, choline, ixocarpanolide, myricetin, phygrine, physagulin A thru G, physalin A thru K, physangulide, sitosterol, vamonolide, withaminimin, withangulatin A, withanolide D, withanolide T, ewithaphysanolide.
Atividades biológicas e pesquisas Clínicas
Além das atividades anticancerígenas e antileucemicas, muitos outros grupos confirmaram as atividades antibacterial e antiviral. Pesquisas recentes em 2002 e 2000, a mullaca se mostrou ativa in vitro, contra vários tipos de mycobactérias e micoplasmas( ambos tipos de bactérias bastante resistentes e não sucetíveis facilmente a ação dos antibióticos convencionais) Além disso, a mullaca demonstrou propriedades antibateriais in vitro contro numerosos tipos de bactérias gram positivas e gram negativas, incluindo pseudomas Pseudomonas, Staphylococcus eStreptococcus. Outros grupos de pesquisas no Japão tem focado nas propriedades antivirais e estudos preliminares demonstraram que ela é ativa in vitro contra Polio virus I, Herpes simplex virus I, o vírus do sarampo, e HIV-I-demosntrando (demonstrando efeitos inibitórios na transcriptase reversa).
A mullaca também demonstrou atividades antiespasmódicas em porcos da guinea, propriedades hipotensivas em gatos, propriedades de contração muscular isotônica em sapos, e um efeito anticoagulante in vitro através de outros grupos de pesquisa. Cientistas do Ocidente validaram de alguma forma a utilização indígena para diabetes quando eles reportaram um efeito hipoglicêmico leve em camundongos que receberam um extrato aquoso da raiz. Algum deles pode desejar saber quais seriam os resultados , se eles tivessem seguido os costumes nativos e empregados em extrato alcoólico em substituição ao aquoso.
Usos atuais
Curiosamente, a maioria das pesquisas clínicas , ignoram a utilização indígena local da planta, e por isso muitas das suas utilizações eficazes na medicina fitoterápica continua inexplicada. Suas propriedades antibacterianas testadas poderiam validar sua utilização como antiséptico e desinfectante para doenças de pele e a utilização para tratar gonorréia.
Suas propriedades antivirais poderiam explicar melhor sua longa história de utilização para hepatite , apesar dos cientistas não terem testado sua especificidade contra hepatite. Possivelmente as propriedades antiespasmódica e de contração muscular documentadas para a mullaca, podem explicar sua ampla utilização para asma e distúrbios femininos. Sua ampla utilização nas florestas tropicais para malária e febres, ainda permanece inexplicada pela ciência
Fitoterapeutas na America do Sul e America do Norte usam a mullaca para várias infecções causadas por bactérias e vírus, assim como uma terapia complementar para cancer e leucemia. Ate agora os testes em animais, não paresentaram toxicidade em nenhuma dosagem usada, considerando seu uso seguro.
Sumário da Mullaca
Principais Ações:antibacteriano, antimycoplasma, anticancerígeno, immunomodulador, antiviral
Principais Usos
1. Para infecções causadas por qualquer tipo de bactéria
2. Para cancer e Leucemia
3. Para infecções causadas por mycoplasma e mycobactéria.
4. Para doenças de pele(dermatitis, psoriasis, infecções na pele, rosaceae, scleroderma, etc.)
5. Para todos os tipos de infecções virais.
Propriedades e ações recomendadas pela pesquisa:antibacteriano, anticancerígeno, anticoagulante(`afinador de sangue`), antileucêmico, antimicobacterial, antispasmódico, antitumoral, antiviral, hipoglicêmico, hipotensivo(reduz a pressão sangüinea), imunodulatório, imunoestimulante.
Outras propriedades / Ações documentadas pelo uso tradicional:analgésico, antinflamatório, antiasmatico, antihemorrágico (reduz o sangramento), antiséptico, , disinfetante, diuretico, expectorante, febrífugo (reduz a febre), hepatotônico, sedativo, vermífugo (expulsa os vermes e parasitas)
Precauções: Pode afinar o sangue e reduzir a pressão sanguínea
Medicações Tradicionais: De meio a um copo da infusão da erva inteira, 1-3 vezes diariamente ou 1-2 ml de uma tintura a 4:1 duas vezes ao dia. De 2 a 4 gramas da erva inteira pulverizada (dependendo do peso do corpo) na forma de comprimidos ou cápsulas. Se desejado pode ser substituído por diluição em água ou suco tomado duas vezes ao dia
Contra-indicações: Um estudo in vitro e um estudo em animais indicaram que esta planta ou princípios ativos isolados desta planta podem diminuir a pressão sanguínea e demonstraram ainda atividade anticoagulante. Pessoas com distúrbios sanguíneos como hemofilia, aqueles que utilizam medicamentos para o coração , ou aqueles com outros problemas cardíacos como hipotensão, não devem utilizar esta planta sem supervisão e conselho de um profissional de saúde qualificado
Interações Medicamentosas: Nenhuma reportada; porém considere as contra-indicações descritas acima.
UTILIZAÇÃO ETNOBOTÂNICA NO MUNDO
África Esterilidade, garganta
Brasil Depurativo, dermatite, diurético, disúria , dor de ouvido, emese, febre, vesícula biliar, rim, icterícia, fígado, malária, reumatismo, sedativo, doenças de pele
Burkina Faso Analgésico, diarréia, náusea, doenças do sono
América Central Preventivo contra aborto, febre, gonorréia, malária, doenças de pele
China Diurético, expectorante, febre, parto
Colômbia Anti-inflamatório, asma, desinfectante narcótico, doença de pele
Gana Febre, estômago, síncope
Haiti Diurético, febre, hidropsia
Japão Antídoto, gripe, diurético, febre, inchaço, garganta
Peru Anti-inflamatório, asma, diabetes, desinfectante, diurético, dor de ouvido, hepatite, infecção (pós-parto), icterícia, fígado, malária, prurido, reumatismo, doença de pele, ferimentos
Taiwan Antipirético, diurético, hepatite, doença do fígado, tumores
Tailândia Furúnculo, reto
Trinidad Antiséptico, febre, indigestão, nefrite, retite
Suriname Diurético, gonorréia, icterícia, malária, nefrite
Hemisfério Norte Analgésico, diarréia, náusea, doença do sono
Todos os países Preventivo contra aborto, antibacteriano, anti-inflamatório, antiséptico, asma, parto, dermatoses, diabetes, diarréia, hemostático, hemorragia (pós-parto), infertilidade, narcótico, oftalmia, tumor (testículo), doenças de pele, doenças do sono..
Enfim, uma jóia da Natureza em nosso cerrados !
Fonte : http://www.raintree.com.br/produtos/mullaca_database.htm#Scene_1