quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CIÊNCIA - "O POTENCIAL DESCONHECIDO DO CÉREBRO HUMANO"

(Ao acionar as mesmas áreas cerebrais para ações diferentes, o cérebro nos mostra sua infinita plasticidade mas antes disto, que quem define oque estamos fazendo ou sentindo é nossa consciência)


Uma sequência de descobertas científicas, divulgadas ao longo das últimas semanas, está mudando a forma como o cérebro humano é visto e compreendido.

E, por decorrência, como devemos lidar com ele.

Você acha que o cérebro é dividido em áreas especializadas para processar cada um dos sentidos físicos ?

Você acredita que a dopamina seja o neurotransmissor do bem-estar ?

Você aprendeu que os neurônios comunicam-se em um sentido único ?

Então é melhor se atualizar !

Só muito recentemente os cientistas começaram a destruir a metáfora do cérebro como um computador, ao descobrir que os neurônios individuais têm poder computacional.

Tudo começou quando Costas Anastassiou e seus colegas do Caltech (EUA) descobriram que os neurônios podem se comunicar diretamente à distância, usando campos elétricos e dispensando as sinapses,voce já leu isto aqui no blog...

Contudo, mesmo nas sinapses, a coisa é mais complicada do que se acreditava.

Os neurônios são complicados, é certo, mas seu conceito básico é o de que as sinapses transmitem sinais elétricos para os dendritos e o corpo celular (entrada), e os axônios passam os sinais adiante (saída).

Pelo menos isto é o que está nos livros-texto. Mas é melhor parar as máquinas e começar a reescrever os livros-texto. Ou jogar tudo fora !

Em um achado surpreendente, Nelson Spruston e seus colegas da Universidade Northwestern (EUA) descobriram agora que os axônios podem operar no sentido inverso: eles também podem enviar sinais para o corpo celular.
Ou seja, os axônios também conversam entre si.

E não apenas isso: antes de enviar os sinais na contra-mão, os axônios podem realizar suas próprias computações neurais, sem qualquer envolvimento do corpo celular ou dos dendritos.

Isto contraria frontalmente o modelo da comunicação neuronal adotado hoje, onde o axônio de um neurônio está em contato com o dendrito ou com o corpo celular de outro neurônio, e não com o axônio desse outro neurônio.

Ao contrário dos cálculos realizados nos dendritos, os cálculos que ocorrem nos axônios são milhares de vezes mais lentos - provavelmente um mecanismo para que os neurônios calculem coisas mais urgentes nos dendritos e usem os axônios para as coisas mais lentas.

O impacto da descoberta é direto e contundente: os cientistas precisam saber em detalhes como um neurônio normal funciona para descobrir o que está dando errado quando surgem doenças como epilepsia, autismo, Alzheimer ou condições como a esquizofrenia.

Outro estudo recente apoiou a "hipótese do cérebro social", uma teoria segundo a qual a amígdala humana teria evoluído em parte para permitir que o homem lidasse com uma vida social cada vez mais complexa.

Amir Amedi e seus colegas da Universidade de Jerusalém estavam mais interessados em uma parte específica do cérebro, a parte responsável pela visão.

E suas descobertas questionam a atual paradigma das neurociências, que estabelece que o cérebro é dividido em zonas, cada uma responsável pelo processamento de sinais específicos.

Os cientistas descobriram que a parte do cérebro que se acredita ser responsável pela leitura visual - a parte do seu cérebro que está sendo acionada enquanto você lê este texto - nem mesmo precisa da visão.

Ao monitorar o cérebro de pessoas cegas enquanto elas liam textos em Braille, os cientistas verificaram que as imagens de ressonância revelam atividade exatamente na mesma parte do cérebro que é acionada quando leitores não-deficientes leem usando os olhos.

Mais uma alteração à vista para os livros-texto, uma vez que hoje é largamente aceita a noção de que o cérebro é dividido em regiões, cada uma especializada no processamento de informações vindas através de um determinado sentido - visão, tato, paladar etc.

"O cérebro não é uma máquina sensorial, embora muitas vezes ele se pareça com uma; ele é uma máquina de tarefas," propõe o Dr. Amedi, ainda sem se desvencilhar do mecanicismo.

Segundo a proposta do pesquisador, cada área do cérebro faria uma tarefa determinada, sem vinculação a um sentido específico. Assim, a área da leitura visual seria ativada esteja você lendo um livro com os olhos, um texto em Braille com os dedos ou mesmo relembrando o parágrafo de um texto que você está tentando decorar.

O Dr. Amedi aproveitou para dar uma espetada nas visões mais estreitas da evolução. Ao contrário de outras tarefas que o cérebro executa, a leitura é uma invenção recente, com pouco mais de 5.000 anos de idade. O Braille tem sido usado há menos de 200 anos.

"Isso não é tempo suficiente para que a evolução tenha moldado um módulo do cérebro dedicado à leitura," disse ele.

Em vez de uma organização hierárquica, como se acreditava, o cérebro parece se organizar como os computadores que formam a internet, de forma distribuída.

O trabalho de um grupo de cientistas da Universidade da Geórgia (EUA) e da Universidade Normal da China Oriental se concentrou em outra área do cérebro, o chamado centro de recompensas.

O centro de recompensas, juntamente com o neurotransmissor dopamina, tem sido usado pela neurociência e pela psiquiatria para explicar inúmeras condições em que o indivíduo se guia pela busca do prazer - entre eles vícios, dependência química e inúmeros comportamentos.

Mas parece que o centro de recompensas vai precisar de um outro nome.

Joe Tsien e seus colegas demonstraram que essa área do cérebro responde também às experiências ruins.

Esteja você comendo chocolate ou caindo de um prédio - ou mesmo pensando em uma dessas coisas - a dopamina será produzida do mesmo jeito.

Os cientistas estudaram os neurônios de dopamina na área tegmental ventral do cérebro de camundongos, amplamente pesquisada por seu papel na chamada motivação relacionada à recompensa - mais conhecida como dependência química.

Eles descobriram que essencialmente todas as células apresentaram alguma resposta tanto a experiências boas como a experiências ruins - na verdade, um evento que induz o medo disparou 25% dos neurônios, produzindo uma enxurrada de dopamina.

"Nós acreditávamos que a dopamina estivesse sempre envolvida na recompensa e no processamento de sensações de bem-estar," disse Tsien. "O que descobrimos é que os neurônios de dopamina também são estimulados e respondem a eventos negativos."

Descobertas como estas podem impulsionar a compreensão do cérebro porque, munidos de descrições mais fiéis da realidade, os cientistas podem iniciar experimentos com resultados mais promissores.

O exemplo clássico é o da descoberta da plasticidade do cérebro. Por muito tempo se acreditou que o cérebro possuía um número fixo de neurônios, que só faziam morrer ao longo da vida, sem reposição.

A descoberta de que o cérebro é altamente adaptável levou a descobertas como a de que as mudanças no cérebro podem ser induzidas voluntariamente, dando sustentação a novas pesquisas na área de psicoterapia e meditação, entre outras, abrindo caminho para terapias não-medicamentosas de alta eficácia.

Mas há muito a se fazer. Apesar de continuar avançando no entendimento da "troca de dados" entre os neurônios, os cientistas ainda sabem pouco sobre a linguagem que o cérebro usa nesses dados - é como se conseguíssemos detectar os 0s e 1s dos computadores mas não soubéssemos como transformá-los em letras e números.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

"FÍSICA QUANTICA - EDWARD WITTEN E A TEORIA UNIFICADORA DA FÍSICA"

(Mudança radical na forma como vemos a vida e as coisas : breve!)


O físico e matemático americano Edward Witten é hoje um dos principais nomes da teoria das cordas : uma ideia antiga da física que afirma que as menores unidades formadoras da matéria e da energia (incluindo a luz) são cordas vibratórias.

Apesar de ainda não ser comprovada, já que as cordas nunca foram "vistas", Witten aposta que a teoria terá avanços significativos nos próximos anos.

O cientista ficou conhecido internacionalmente ao encabeçar uma revolução recente na física teórica. Ele e seus colegas uniformizaram cinco variantes das cordas, em 1995, ao criar a "teoria M", considerada a versão mais robusta da ideia. Enquanto esteve no Brasil para um curso no Instituto de Física Teórica da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Witten disse que os aceleradores de partículas, como o LHC, poderão validar a teoria em breve,um grande passo para uma visão definitiva das leis que regem o Universo.

Na física moderna, há duas teorias importantes: a mecânica quântica, que trata dos átomos e das partículas subatômicas, e a teoria da relatividade, de Albert Einstein, que trabalha as grandes escalas do Universo. As cordas são uma tentativa de unir essas duas teorias a partir de um modelo único que descreva, com eficiência, as diferentes forças da natureza [a teoria das cordas descreve a formação da matéria ao afirmar que a menor unidade da matéria são "cordas" em movimento].

Mas há quem diga que as cordas são quase uma "profecia", já que não há dados experimentais sobre elas.

A teoria não tem nada de profética. Alguns cientistas não a entendem direito e não compreendem porque ela ainda não foi comprovada. Outras teorias da física, como a mecânica quântica, estão mais desenvolvidas. Só isso.

Essa comprovação virá pelos experimentos com os aceleradores de partículas.

A teoria das cordas tem mais de 40 anos, mas ainda faltam algumas explicações. Os aceleradores de partículas como o LHC [o acelerador de partículas mais potente do mundo, que fica em Genebra, na Suíça] podem explicar a natureza e revelar indícios de outras dimensões. Por isso, poderão contribuir para explicar as cordas.

As cordas [conforme postulado pela teoria] vibram em 11 dimensões, sendo três dimensões espaciais, a dimensão do tempo e outras tantas que não conseguimos perceber. Os aceleradores podem mostrar isso. Eu conheço alguns cientistas que trabalham no LHC, e temos mantido contato. Não acho que a comprovação da teoria venha em dez anos, como dizem por aí. Nem sei de onde veio a ideia de "dez anos". A comprovação pode vir antes.

A teoria também trata da origem da matéria. Por que existe uma obsessão para explicar o começo de tudo?

Porque isso é realmente fascinante. Há muitas perguntas sem resposta. É normal que a gente queira achar respostas, e existem muitas possibilidades sendo levantadas. Há físicos que dizem que o Universo está dentro de um buraco negro. Não há evidências suficientes para isso, mas a ideia faz sentido. Se o Universo estiver num buraco negro, ele será o máximo que você conseguirá enxergar. E, como os buracos negros são realmente muito grandes, sim, nós podemos estar dentro de um deles.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"SAÚDE - A MELATONINA E SUA IMPORTANTE INTERAÇÃO NO PROCESSO METABOLICO"

(Pesquisa pioneira da USP evidencia os benefícios da melatonina nos varios processos metabólicos)


Estudos envolvendo a melatonina, hormônio produzido pela glândula pineal, têm adquirido uma enorme importância tanto nas Ciências Básicas quanto nas Ciências Médicas, dada sua alta relevância para o entendimento da fisiologia normal humana e da fisiopatologia de várias doenças como distúrbios de sono, processos de envelhecimento, imunodeficiência, defêsa anti-oxidante do organismo, alguns tipos de depressão, mal de Alzheimer e cefaléias, entre outras..

Por outro lado, é de enorme importância social a grande prevalência de distúrbios metabólicos como diabetes tipo 2 e obesidade, em geral, associados ao envelhecimento.

Tendo em vista a demonstração crescente do papel da melatonina na regulação da sensibilidade periférica à insulina, na regulação da produção e secreção de insulina e leptina, no controle da distribuição e depósito de tecido adiposo e sua ação central sobre centros neurais envolvidos com a regulação do metabolismo, torna-se, portanto, extremamente importante compreender, mais profundamente, o papel da glândula pineal e da melatonina na regulação do metabolismo energético, com a finalidade última de,dada a ausência de toxicicidade na sua administração,propor seu possível uso terapêutico e/ou preventivo de distúrbios metabólicos,à semelhança do uso que se faz para distúrbios do sono e doenças neurológicas como cefaléia.

Essa compreensão mais profunda do papel exercido pela melatonina na regulação do metabolismo energético é o propósito primeiro desse artigo.

Torna-se evidente sua ação tanto sobre tecidos periféricos,tecido adiposo, tecido muscular e ilhotas pancreáticas e células imuno-competentes,quanto sobre o sistema nervoso central,em particular a região hipotalâmica,em estruturas sabidamente envolvidas com a ritmicidade circadiana dos fenômenos fisiológicos e com o comportamento alimentar e/ou a regulação metabólica.

Quanto a síntese de melatonina pela glândula pineal,estuda-se o papel (efeitos e mecanismos de ação) da leptina e da insulina, isoladamente ou em conjunto, seja através de estudos in vitro com cultura primária da glândula ou de suas células (tanto de animais jovens quanto idosos), seja através de estudos in vivo, avaliando-se o perfil de secreção diária de melatonina, por microdiálise, em animais diabéticos. Pretende-se estudar as ações da melatonina, insulina e leptina sobre o sistema nervoso central, tanto em experimentos in vivo quanto em cultura de tecido neural.

Assim,pesquisa-se tambem a reposição hormonal com melatonina, na organização rítmica circadiana de animais idosos, principalmente quanto a parâmetros metabólicos e ciclos de atividade/repouso, temperatura central, comer e beber. Além disso, pretende-se avaliar, nesses animais idosos, as vias de sinalização da melatonina e da insulina em estruturas hipotalâmicas determinadas.

Com os estudos in vitro, com cultura de tecido neural, pretende-se avaliar o papel da melatonina, da insulina e da leptina, isoladamente ou em conjunto, na sincronização do relógio circadiano, medindo-se a expressão rítimica circadiana dos genes do relógio no núcleo supraquiasmático hipotalâmico.

Os projetos sobre as ações periféricas da melatonina dividem-se em estudos do metabolismo do tecido adiposo, do tecido muscular, de ilhotas pancreáticas ou célula B isoladas, além do fenômeno de apoptose de leucócitos induzido por ácidos graxos. No estudos envolvendo o tecido adiposo pretende-se determinar o papel da melatonina na regulação metabólica, endócrina e da expressão gênica dos adipócitos, bem como sua capacidade de modular a resposta destas células a outros agentes hormonais (insulina e dexametasona), tanto em animais jovens quanto idosos.

Nos estudos envolvendo o tecido muscular, estuda-se os efeitos da melatonina e do exercício físico aeróbio sobre o metabolismo de carboidratos no tecido muscular esquelético de ratos diabéticos.

Quanto ao papel da melatonina na regulação da função das ilhotas pancreáticas e, em particular, das células B, pretende-se, completar a investigação da via de sinalização do receptor de insulina e suas associações com a via de sinalização dos receptores de melatonina.

Pretende-se, ainda, investigar o papel da melatonina na expressão gênica da insulina, assim como avaliar o efeito da melatonina sobre a expressão e ativação da NAD(P)H oxidase e das enzimas anti-oxidantes superóxido dismutase CuZnSOD e MnSOD. Pretende-se, ainda, usando-se a técnica de patch-clamp em células B isoladas, avaliar o efeito agudo e crônico da melatonina sobre as correntes mediadas pelos canais de potássio e cálcio.

Finalmente, tendo em vista a enorme importância que a melatonina tem nos processos de plasticidade celular, proteção e reparação do DNA e regulação da morte celular programada, pretende-se avaliar seus efeitos sobre o processo de apoptose induzido por ácidos graxos em leucócitos.


(Pesquisador responsável:José Cipolla Neto da Universidade de São Paulo Instituto de Ciências Biomédicas/Pesquisadores principais:Fabio Bessa Lima; Silvana Auxiliadora Bordin da Silva; Solange Castro Afeche/2009)


OQUE É E COMO AGE A MELATONINA NO CORPO HUMANO


Melatonina é um suplemento natural para ser usado à noite.
Conforme nossos olhos registram o cair da noite, a glândula pineal (localizada no centro do cérebro) inicia a produção de melatonina para auxiliar o nosso organismo a regular o ciclo do sono (ciclo circadiano).
Estudos sugerem que uma pequena suplementação de melatonina nos ajuda a melhorar a qualidade do sono e facilita a adaptação ao “jet-lag” (mudança de fuso horário em viagens intercontinentais).
Conforme envelhecemos, a quantidade de melatonina produzida pelo nosso organismo vai decrescendo.
Cientistas acreditam que esta é a causa principal das pessoas idosas dormirem mal.

A melatonina não é considerada uma medicação porque é produzida no próprio corpo, está mais para suplemento alimentar, tal como são as vitaminas.
A melatonina por ser natural não possui efeitos colaterais nem induz a dependência, além de não perder a eficácia ao longo do uso.

Podemos dizer que essa é a melhor alternativa para um bom grupo de pacientes com insônia.
Como sonífero, a melatonina funciona ainda melhor do que os sedativos sintéticos, como os barbitúricos e as benzodiazepinas.
Para os iniciantes: a melatonina é eficaz em pequenas doses e não produz efeitos colaterais.
Além disso, o hormônio preserva a arquitetura natural do sono, inclusive o tempo e a duração das fases de sonho caracterizadas pelo movimento rápido do olho (a fase REM – rapid eye movement).

Qualquer pessoa, de qualquer idade, que sofra de insônia pode se beneficiar da melatonina.
O hormônio é especialmente adequado aos idosos.
Essas pessoas têm dificuldade de ter uma boa noite de sono porque a glândula pineal reduziu a produção de melatonina.

Você não precisa ser um insone inveterado para se beneficiar da melatonina.
Para pessoas que dorme bem, mas nem sempre o sono é como deveria, o hormônio pode estimular o sono mais profundo e mais restaurador.
No dia seguinte, você se sentirá muito mais descansado.

Os suplementos de melatonina facilitam o sono aumentando as concentrações sangüíneas do hormônio dos níveis diurnos de 10 picogramas por mililitros para os níveis noturnos de 100 picogramas por mililitros.
A dose do suplemento necessária para obter esse aumento varia de uma pessoa para outra. Doses “normais” variam de 0,3 a 6,0 miligramas, embora, alguns casos resistentes de insônia tenham exigido até 20 miligramas.
Ainda assim, sua melhor opção é começar de baixo – digamos, de 1 a 3 miligramas – e ir aumentando a dose aos poucos, até chegar ao nível mais adequado.

O tipo de insônia determina a duração do tratamento com melatonina para a produção do máximo efeito.
Por exemplo, se você tiver dificuldade de pegar no sono, mas não de dormir, tome regularmente meia hora antes de se deitar.
Se pega no sono facilmente, mas tem sono leve ou costuma acordar de madrugada (entre 2 e 5 da manhã) e não consegue pegar no sono de novo, talvez consiga melhores resultados se tomar melatonina de ação prolongada ao deitar-se.

Algumas pessoas têm os dois tipos de insônia. Se você for uma delas, talvez seja bom experimentar uma combinação de suplementos de melatonina regulares e de ação prolongada.
Quando começar a tomar melatonina, você talvez se sinta um pouco desorientado ou confuso nas primeiras horas após acordar.
Essa sensação deve desaparecer após algumas noites de uso do hormônio. Se persistir, é provável que tenha que diminuir a dose.

Acredita-se, também, que a Melatonina materna possa ajudar no controle do ciclo do sono do lactente.
Pesquisas feitas mostraram que os bebês apresentavam sincronia com a mãe. Como a Melatonina está presente no leite materno e sua concentração é maior a noite, os bebês dormem mais com o leite oferecido a noite.
Para termos um sono reparador é necessário que a Melatonina seja secretada adequadamente pela pineal e supõe-se que outras funções sejam exercidas pela Melatonina, tais como a de regulação térmica do organismo e alterações do comportamento sexual.

Assim como acontece com a serotonina, a Melatonina também é produzida a partir de um aminoácido chamado Triptofano, normalmente ingerido numa alimentação equilibrada.
Dessa forma a seqüência seria o Triptofano se transformar em Serotonina, e esta em Melatonina.
É por isso que a concentração de Serotonina fica aumentada na glândula pineal durante o dia, enquanto há luz, inversamente ao que ocorre com a Melatonina.

Como vimos, a produção da Melatonina esta diretamente ligada à presença da luz.
Quando a luz incide na retina o nervo óptico e as demais conexões neuronais levam até a glândula pineal essas informações inibindo a produção da Melatonina.
A maior produção da Melatonina ocorre à noite, entre 2:00 e 3:00 horas da manhã, num ritmo de vida normal, e esta produção aumentada produz sono.

Durante o sono normal, onde grande parte da energia e do equilíbrio orgânico se restabelece, além da adequada produção de Melatonina outros fenômenos concomitantes acontecem e dentre eles podemos citar:
Diminuição significativa da produção de cortisol e de adrenalina.
Restauração das moléculas de DNA lesadas
Bloqueio dos canais de cálcio

A Melatonina apresenta o seu pico máximo de produção aos 3 anos de idade, e declina de forma importante entre os 60 e 70 anos o que faz com que o idoso tenha um sono de má qualidade.
Aos 60 anos temos metade da quantidade de Melatonina que tínhamos aos 20 e por volta dos 70 os níveis são baixíssimos em muitas pessoas, quase nulos.
Tendo em vista o efeito da Melatonina causar sonolência e sensação de relaxamento quando liberada.
Depois de 1994, ela passou a ser mais indicada entre pessoas que realizam viagens internacionais.

Com a finalidade de ajustar o horário biológico com os fusos horários.
Apesar de induzir o sono a Melatonina não causa dependência.
A Melatonina também pode ser secretada, causando sonolência e relaxamento, quando se faz uma refeição muito rica em carboidratos, quando se toma um banho quente prolongado ou quando há exposição do sol.
Alem de induzir o sono, a Melatonina é um poderoso agente antioxidante que, como outros antioxidantes, pode retardar o processo de envelhecimento.

Como antioxidante a Melatonina possivelmente reduz o nível do hormônio catabólico cortisol.
Existem também evidencias de que a Melatonina estimula a produção de Hormônio do Crescimento.

A Glândula Pineal

Nos animais a glândula pineal determina muito do comportamento sazonal, de acordo com as estações climáticas.
Graças a essa atividade pineal eles migram no inverno, hibernam, se acasalam, enfim mantém comportamentos típicos que se repetem a cada ano.
A Melatonina é o mais importante hormônio produzido pela nossa glândula pineal, uma pequeníssima glândula existente no cérebro, situada aproximadamente atrás da região dos olhos.
Ela é responsável pelo controle do ritmo de harmonia entre o dia e a noite, a luz e o escuro.
Nas crianças a glândula pineal é muito pequena e sua secreção de Melatonina não está regularizada.
Talvez seja esta uma das explicações sobre o sono imprevisível das crianças.
A melhor produção da Melatonina se dá na adolescência e no adulto jovem, começando a decair após os trinta ou quarenta anos.
E na idade de setenta ou oitenta anos a secreção do hormônio está severamente diminuída.

Recentes estudos demonstraram que os níveis de Melatonina são maiores na mulher, tornando-a mais sensível às mudanças sazonais da luz que os homens.
No outono e inverno, a mulher está mais exposta aos distúrbios sazonais psíquicos, ganho de peso, do que no verão.
Porém o suplemento hormonal tanto no homem quanto na mulher é igual: decresce e torna-se semelhante em perdas lá pela mesma idade.
O funcionamento da pineal é importante para que o corpo se mantenha adaptado às condições de necessidade, como por exemplo atividades durante o dia e repouso durante a noite.

Conseqüências do Declínio da Melatonina

Uma pessoa sob stress produz normalmente mais adrenalina e cortisol.
Para cada molécula de adrenalina formada, quatro moléculas de Radicais Livres irão ser produzidas e com isto a probabilidade de lesão nas células aumenta.
Além disto a adrenalina e o cortisol induzem a formação de uma enzima "a Triptofano pirolase" capaz de destruir o Triptofano antes que este atinja a Glândula Pineal.
Com isto, nem a Melatonina é fabricada e nem a Serotonina (o que pode gerar compulsão a hidrato de carbono, com tendência a aumento de peso e depressão).

A Melatonina é uma substância anti-radical livre, portanto, antioxidante.
Ela é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica (membrana que protege o cérebro), portanto, capaz de desempenhar funções à nível neuronal.
Essa ação é de fundamental importância na proteção dos neurônios contra as lesões dos radicais livres.
Nosso tecido cerebral é muito mais suscetível à ação dos radicais livres que qualquer outra parte do nosso organismo.
E na medida em que os níveis de Melatonina vão caindo pode haver um concomitante declínio na função cerebral.

As desordens do sono podem ser também um dos efeitos do decréscimo da Melatonina.
Com o envelhecimento a glândula pineal funcionaria menos e haveria uma queda na produção da Melatonina.
Isso acaba fazendo com que alguns pacientes idosos reclamem da qualidade do sono ou de insônia.
Porém, pode ser que durmam com facilidade quando não deveriam, durante o dia, assistindo televisão, etc.

Na medida em que envelhecemos nosso Sistema Imunológico vai perdendo o desempenho vigilante, diminuindo as defesas e permitindo que nosso organismo fique mais vulnerável às constantes agressões.
As pesquisas atuais têm nos sugerido haver uma importante relação entre alguns hormônios (Estrogênio, Testosterona, DHEA, Melatonina, Pregnenolona e Hormônio do Crescimento) e o Sistema Imunológico.
Nesse ponto a Melatonina vem se destacando como um agente de manutenção da harmonia e do funcionamento do Sistema Imunológico.

Ela parece ser capaz de aumentar a mobilidade e atividade das células de defesa, fortalecer a formação dos anticorpos, facilitar a defesa contra os vírus.
Moderar a superprodução de corticóides gerados pelo stress prolongado ou repetitivo e equilibrar a função tireoideana, a qual atua diretamente na produção de importantíssimas células de defesa, os linfócitos T.

ANTI-OXIDANTE

A melatonina funciona como um protetor das células, agindo também como um antioxidante.
Vejamos: ao metabolizar o oxigênio, o organismo produz moléculas altamente reativas, chamadas radicais livres que atuam de forma lesiva nas membranas celulares e até no DNA (ácido desoxirribonucleico).

Este processo, denominado oxidação, pode comprometer seriamente a saúde, causando dezenas de moléstias, como o câncer, doenças cardíacas e até mal de Alzheimer e outras doenças degenerativas.
Mas, além da melatonina, o organismo também produz vários outros antioxidantes, como as enzimas.
Diversos nutrientes (como por exemplo, as vitaminas C, E, o betacaroteno e o selênio) funcionam como um reforço extra da natureza, ingeridos pela alimentação, com adição de frutas e legumes ou através dos suplementos.

Na intenção de regular o sono muitas drogas têm sido usadas, mas com efeitos colaterais danosos, além de causarem dependência e roubo da memória.
Mas os pesquisadores afirman não que a a melatonina como regulador do sono não causa nehum problema.
Ao contrário, apenas benefícios.

MELATONINA E OS OSSOS

A quantidade de melatonina diminui conforme a idade e que o desgaste dos ossos, que leva à osteoporose, é uma conseqüência inevitável do envelhecimento, especialmente entre mulheres.
Receptores para melatonina estão acoplados à adenilciclase, enzima responsável pela formação do AMP cíclico, que inibe a diferenciação dos pré-osteoblastos.
Acredita-se que a melatonina tenha a habilidade de inibir a ação do AMP cíclico e, conseqüentemente, desencadear a diferenciação celular.
A melatonina também aumentou a expressão da sialoproteína óssea (em inglês, BSP), bem como outras proteínas da matriz.
"Pode-se considerar que a melatonina tenha influência significativa na velocidade de síntese e manutenção dos ossos em idosos", afirma Roth.

SONO

A profundidade e continuidade do sono muda com a idade porque há uma pequena porcentagem do sono gasta nos estágios mais profundos do sono não-REM, causando mais alertas e o despertar durante o sono freqüentes.
A melatonina é um hormônio natural supostamente relacionado ao sono.
Estudos sobre a administração da melatonina exógena mostraram que a melatonina pode facilitar o sono em algumas horas do dia.
Mas, agora, um novo estudo afirma que o próprio relógio biológico interno do corpo envolvido na produção da melatonina pode ser o obstáculo para uma boa noite de sono.
Uma equipe de fisiologistas começou a examinar o relacionamento da fase interna entre a regulação do tempo de despertar e a regulação do tempo de outro marcador da fase circadiana.
Os resultados foram publicados na edição de fevereiro do periódico American Journal of Phisiology - Endocrinology and Metabolism.

O declínio da produção de Melatonina pode ter várias causas, entre elas: desnutrição, interação de drogas e medicamentos, stress e o envelhecimento.

Uma pessoa sob stress produz normalmente mais adrenalina e cortisol.
Sabemos que para cada molécula de adrenalina formada, quatro moléculas de Radicais Livres irão ser produzidas e com isto a probabilidade de lesão nas células aumenta.

Além disto a adrenalina e o cortisol induzem a formação de uma enzima "a Triptofano pirolase" capaz de destruir o Triptofano antes que este atinja a Glândula Pineal.

Com isto, nem a Melatonina é fabricada e nem a Serotonina (o que pode gerar compulsão a hidrato de carbono, com tendência a aumento de peso e depressão)

(Consulte seu médico ou terapêuta de confiança para uso, dosagem e informações adicionais )

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"SAÚDE - ANVISA QUER BANIR TODOS OS REMÉDIOS PARA EMAGRECER"


O reinado dos remédios emagrecedores está por um fio. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer banir de vez a comercialização de todas as drogas usadas para emagrecer que atuam no sistema nervoso central: a sibutramina e os derivados de anfetamina (femproporex, dietilpropiona e mazindol).

A única droga para o tratamento da obesidade que continuará liberada será o Aorlistate (Xenical), que atua diretamente no intestino, reduzindo em cerca de 30% a absorção de gordura.

Diante de estudos que apontam que o consumo de sibutramina aumenta o risco de problemas cardíacos, desde o ano passado a Anvisa impôs novas regras e endureceu os critérios de venda dessa droga. Ela deixou de ser vendida como medicamento comum e passou a integrar a categoria dos anorexígenos, drogas que exigem receita especial.

A proposta de proibir os emagrecedores foi anunciada a especialistas e entidades médicas da área na semana passada e será publicada hoje no site da agência, junto com um parecer explicando os motivos.

Para médicos endocrinologistas que atuam no combate à obesidade, a medida é radical demais e vai deixar os pacientes sem opção de tratamento, já que o controle da fome e da saciedade ocorre no cérebro. "Quase metade da população brasileira tem sobrepeso.

Muitos pacientes não conseguem perder peso com o tratamento clínico convencional, que inclui dieta e exercícios físicos. Como vamos controlar a obesidade desses pacientes sem mexer no cérebro?", diz o endocrinologista Márcio Mancini, chefe do departamento de obesidade do Hospital das Clínicas (HC).

Estudo

Os benefícios não superam os riscos. Esse é o principal argumento que a Anvisa pretende usar na próxima semana, durante audiência pública, para convencer a classe médica de que é melhor proibir de vez o uso de medicamentos usados para emagrecer. Segundo Dirceu Barbano, diretor da agência, o assunto vem sendo discutido desde o ano passado, quando a União Europeia baniu a sibutramina. "Quase nenhum outro país tem sibutramina. As anfetaminas também estão diminuindo. E não há notícia de que isso piorou ou atrapalhou o tratamento da obesidade". Em 2009, foram vendidas no País 67,5 toneladas de sibutramina.

Segundo Barbano, a Anvisa fez um levantamento interno e concluiu que, por mais que o medicamento seja controlado e indicado apenas para pacientes com determinados perfis, não há evidências suficientes que demonstrem que a perda de peso supera os riscos cardíacos. "A nossa proposta, sustentada por uma extensa pesquisa, é de retirada imediata desses produtos do mercado". 

FONTE : JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

" SUPERMATÉRIA - MELATONINA "

(BIO-IDÊNTICO, SEGURO, BOM E BARATO : PROIBIDO !)


INTRODUÇÃO

A melatonina é uma substância natural semelhante a um hormônio que é produzida na glândula pineal (localizada profundamente no cérebro) e por outros tecidos, como o aparelho gastrointestinal.

Ela está relacionada, de várias formas, com o ritmo circadiano e a regulação fisiológica do organismo, ajustando e mantendo o relógio biológico que administra o ritmo de funcionamento do corpo.

Ritmo circadiano, ou ciclo circadiano, designa o período de aproximadamente um dia (24 horas) sobre o qual se baseia todo o ciclo biológico do corpo humano e de qualquer outro ser vivo, influenciado pela luz solar.

O ritmo circadiano regula todos os ritmos materiais bem como muitos dos ritmos psicológicos do corpo humano, com influência sobre, por exemplo, a digestão ou o estado de vigília, passando pelo crescimento e pela renovação das células, assim como a subida ou descida da temperatura.

O "relógio" que processa e monitora todos estes processos encontra-se localizado numa área cerebral denominada núcleo supraquiasmático, localizado no hipotálamo na base do cérebro e acima das glândulas pituitárias.

Do ponto de vista experimental, a melatonina regula este "relógio" naturalmente e aumenta a imunidade, a resposta ao estresse e algumas características do processo de envelhecimento.

No contexto clínico, tem sido utilizada nos distúrbios do ritmo biológico, alterações relacionadas ao sono e o câncer.

Ela possui vários e significativos efeitos biológicos.

Foi lançada no mercado em 1993.

Na área de distúrbios do sono, a melatonina tem se mostrado eficaz no tratamento de uma condição denominada síndrome da fase do sono retardada e na correção de alterações do ritmo circadiano ligados a mudanças de fuso horário e pelo trabalho.

Os pesquisadores estudaram os efeitos anti-câncer da melatonina, que parece funcionar em conjunto com a vitamina B6 e o zinco, opondo-se à degradação do sistema imunológico proporcionada pelo envelhecimento.

Um trabalho recente descreve a utilização da melatonina no tratamento dos distúrbios do sono em crianças hiperativas e com comprometimento neurológico: pequenas doses noturnas corrigem as alterações do sono, e os investigadores observaram uma melhora no humor e um posicionamento social favorável e mais estável em crianças que receberam melatonina. A melatonina também pareceu promissora no tratamento de problemas femininos, como a osteoporose e a síndrome pré-menstrual.

Por se tratar de um dos principais hormônios anti-estresse, participa ainda das funções adaptativas e estimulantes.

BIOQUIMICA DA MELATONINA

A melatonina estabiliza e sincroniza a atividade elétrica do sistema nervoso central.

Por outro lado, a ausência da glândula pineal predispõe os animais a crises convulsivas. Muitos defendem que a pineal, atuando não apenas através da melatonina, é uma "estrutura tranqüilizadora que suporta o equilíbrio do organismo", agindo como um órgão sincronizador, estabilizador e moderador. Isso sugere que a melatonina pode ter muitas aplicações em condições onde é importante estabilizar e harmonizar a atividade cerebral.

CONTRA INDICAÇÕES

Ainda existem poucos dados sobre as influências indiretas da melatonina a longo prazo sobre o organismo. As pessoas devem descobrir qual é a melhor dose individual, iniciando-se com cerca de 3mg por dia. A melatonina tem de ser tomada à noite, de preferência algumas horas antes de dormir.

A dose ideal pode variar bastante entre pessoas diferentes, aparentemente devido a variações no metabolismo hepático dessa substância. A velocidade do metabolismo é fundamental para o incremento nas doses com o decorrer do tempo.

Um dos aspectos mais importantes para o desempenho adequado (e um dos menos praticados) é o conceito de padrão de sono regular. Acredita-se que os atletas exigem muito do seu corpo e não dormem adequadamente, limitando a sua performance e a longevidade.

A MELATONINA E A SAÚDE EM GERAL

Hoje em dia, as pessoas têm uma vida cheia de estresse. Estima-se que cerca de um quarto da população apresenta distúrbios do sono. Além disso, a melatonina parece ser promissora para indivíduos portadores de doenças crônicas e os aspectos psicológicos negativos do estresse.

Conseguir uma boa noite de sono ajuda bastante no processo de melhora. Os profissionais da área de saúde devem estar familiarizados com os benefícios e os efeitos colaterais do uso da melatonina, além das doses iniciais recomendadas.


O USO DA MELATONINA CONTRA O CANCER


Suas funções no tratamento:

Tem capacidade fortalecer o sistema imunológico, sendo que acredita-se que ela provoca um aumento da atividade das células, conhecidas como linfócito T, que são células de defesa do organismo contra agentes estranhos.

É possível que ela tenha efeitos citotóxicos diretos sobre varios tipos de células cancerosas e tumorais, notavelmente sobre células de melanoma.

A melatonina não possui, ela mesma, efeitos tóxicos conhecidos ou efeitos colaterais.

Uma pesquisa realizada na Itália com um pequeno número de portadores de tumores cerebrais foi feita nos seguintes moldes. Os pacientes foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo foi operado e recebeu radioterapia e o segundo grupo, além da cirurgia e radioterapia, recebeu 20 mg por dia de melatonina durante a radioterapia e continuou a tomar melatonina posteriormente. O Resultado: o número de sobreviventes após um ano da cirurgia foi 585% maior no grupo que usou melatonina.

Outros estudos comprovaram o efeito complementar da melatonina e outros ainda estão em andamento. Vários envolvem cânceres em outras partes do corpo.

Observou-se que o uso de melatonina diminui os efeitos colaterais de alguns tipos de quimioterapia, especialmente no que diz respeito à contagem sanguínea.

Um grande estudo envolvendo 250 pacientes com diversos tipos de cânceres metatastático avançados também dividiu os paciente em dois grupos, um recebia a quimioterapia e ou outro recebia quimioterapia mais 20 mg de melatonina por dia.

Os resultados são os seguintes: (a) no grupo que recebeu a melatonina o número de regressões dos tumores foi 125% maior que no grupo de usou somente a quimioterapia; (b) no grupo da melatonina houve 6 regressões completas enquanto no outro grupo não houve nenhuma; (c) o numero de sobreviventes por mais de um ano foi 120% maior nos pacientes que usaram melatonina.

Essas informações deixam poucas dúvidas sobre os aspectos benéficos do uso da melatonina, ela não só incrementa a eficácia da quimioterapia como também reduz sua toxidade. Os efeitos da melatonina são robustos e da maior significância clínica.

Sendo tão boa, porque não é comercializada no Brasil e porque não se tem notícia dos benefícios? Acontece que a melatonina é uma substância natural e portanto não pode ser patenteada. Se não pode ser patenteada ela pode ser produzida por muitos laboratórios e isto faz com que seu preço caia.

Obviamente, os grandes laboratórios não tem interesses em substâncias deste tipo, porque podem cobrar valores absurdos por medicamentos patenteados, desta forma não existe nenhum tipo de divulgação séria de substâncias naturais com evidências de eficácia cientificamente demonstrada. Quanto a não ser vendida no Brasil, a razão não existe !

Existe uma proibição por parte da ANVISA (agência que fiscaliza a vigilância sanitária) e, ademais, nós sabemos que nem tudo funciona como deveria por aqui.

Curiosamente os efeitos benéficos do uso da melatonina para tratamento de tumores e cânceres são ignorados não só aqui no Brasil. Os oncologistas americanos também a tem ignorado largamente. Haveria alguma razão econômica por traz disso?


Referências Bibliográficas:
1. Lissoni, P., et al. Anti-angiogenic activity of melatonin in advanced cancer patients. Neuroendocrinology Letters, , 2001, Vol. 22, 45-47

2. Lissoni, P., et al. Increased survival time in brain glioblastomas by a radioneuroendocrine strategy with radiotherapy plus melatonin compared to radiotherapy alone. Oncology, 1996, Vol. 53, pp. 43-46

3. Lissoni, P., et al. Randomized study with the pineal hormone melatonin versus supportive care alone in advanced non-small cell lung cancer resistant to a first-line chemotherapy containing cisplatin. Oncology, 1992, Vol. 49, pp. 336-339

4. Lissoni, P., et al. Decreased toxicity and increased efficacy of cancer chemotherapy using the pineal hormone melatonin in metastatic solid tumor patients with poor clinical status. European Journal of Cancer, 1999, Vol. 35, pp. 1688-1692

5. Lissoni, P. et al. Five year survival in metastatic non-small cell lung cancer patients treated with chemotherapy alone or chemotherapy and melatonin: a randomized trial. Journal of Pineal Research, 2003, Vol. 35, 12-15

FÍSICA QUÂNTICA - "PARA AGUENTAR O TRANCO USE SEMPRE SUPERCORDAS"

(SUPERCORDAS, CAMPO UNIFICADO, NÃO LOCALIDADE...)

A solução mais eficiente até agora para unificar gravitação e mecânica quântica é a chamada teoria das supercordas, que está em plena construção. Nos últimos dez anos, o esforço internacional para promover avanços nessa área tem contado com a importante participação de pesquisadores ligados ao Projeto Temático "Pesquisa e ensino em teoria de cordas", financiado pela FAPESP.

Sob coordenação de Nathan Jacob Berkovits, professor titular do Instituto de Física Teórica (IFT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o projeto é o terceiro realizado sobre o tema desde 2000. Naquele ano, Berkovits apresentou uma formulação matemática inovadora, desenvolvida ao longo de 15 anos, que ficou conhecida como “espinores puros”. Esse formalismo tem sido importante, na última década, para facilitar os cálculos relacionados ao estudo da teoria das supercordas.

Em 2009, ele recebeu o Premio em Fisica de TWAS (Academia de Ciencias do Mundo em Desenvolvimento) em reconhecimento deste trabalho.

Desenvolvida a partir da década de 1960, a teoria das supercordas é um modelo físico no qual os compomentes fundamentais da matéria não são os pontos sem dimensão que caracterizavam as partículas subatômicas na física tradicional, mas objetos extensos unidimensionais, semelhantes a uma corda.

Dependendo do “tom” da vibração dessas cordas, elas corresponderiam a cada partícula subatômica.
De acordo com Berkovits, o Projeto Temático, que envolve uma série de parcerias internacionais, tem explorado as aplicações dos espinores puros em várias frentes no desenvolvimento da teoria de supercordas.

“A teoria de supercordas é a tentativa mais bem sucedida até agora para unificar a gravitação e a mecânica quântica, teorias cuja conciliação corresponde a uma tarefa muito difícil. Os físicos teóricos também sonham que a teoria das supercordas possa unificar todas as forças e partículas fundamentais da natureza, mas isso, por enquanto, é apenas um sonho”, disse Berkovits.

Os avanços no campo teórico, no entanto, são bastante reais. O formalismo dos espinores puros tem sido a ferramenta mais apropriada para o estudo da correspondência AdS/CFT (sigla em inglês para espaço anti-de-Sitter / teoria do campo conformal), também conhecida como a conjectura de Maldacena.

Essa conjectura, proposta em 1997 pelo argentino Juan Maldacena (vencedor do prêmio Dirac, a mais importante premiação da área da Física depois do Prêmio Nobel), deu um impulso sem precedentes à teoria das supercordas e à pesquisa sobre a gravitação quântica. O artigo no qual Maldacena propôs a conjectura teve mais de 3 mil citações e se tornou um dos principais marcos conceituais da física teórica na década de 1990.

“Além de trabalharmos a aplicação dos espinores puros ao estudo da correspondência AdS/CFT, temos avançado na aplicação desse formalismo a outras frentes também, como o cálculo da amplitude de espalhamento”, contou Berkovits.

O estudo do espalhamento de cordas, que está relacionado ao espalhamento de partículas, enfrenta grandes dificuldades quando as partículas envolvidas são férmions. Todas as partículas elementares da matéria são férmions ou bósons, que têm spin semi-inteiros ou inteiros, respectivamente, e obedecem mecânicas estatísticas diferentes.

“Com a aplicação do formalismo dos espinores puros, o estudo do espalhamento de cordas envolvendo férmions não é mais difícil que os casos que envolvem bósons. Outra vertente na qual trabalhamos com a aplicação do formalismo dos espinores puros é a teoria de campos de cordas, que ainda está em estágio inicial de desenvolvimento”, explicou.

Quando uma partícula é descrita, utiliza-se uma variável que descreve a sua posição. Mas quando se trata de uma partícula com spin, como fótons ou elétrons, a variável da posição não é suficiente para a descrição.
Existem várias maneiras para descrever o spin e a mais tradicional foi o formalismo de Ramond-Neveu-Schwarz, concebido em 1973. Mais tarde, em 1980, foi desenvolvido o formalismo de Green-Schwarz, uma nova maneira de descrever o spin que trazia algumas vantagens. Mas trazia desvantagens também: ele não preservava a invariância de Lorentz, uma importante propriedade relacionada às rotações do espaço-tempo.

Desde 1980, portanto, os físicos teóricos vinham tentando resolver os problemas com o formalismo de Green-Schwarz. Até que em 2000 o formalismo dos espinores puros resolveu a questão da descrição do spin de partículas de uma maneira que preservava todas as simetrias presentes na teoria da relatividade.

Estima-se que existam atualmente cerca de 2 mil pesquisadores envolvidos com o estudo de teoria das supercordas.

Berkovits tem trabalhado com cerca de 50 deles. O Projeto Temático que coordena se beneficia das conexões internacionais de seus pesquisadores participantes.

Fonte: Agência FAPESP

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PESQUISA - "NEURÔNIOS COMUNICAM-SE À DISTANCIA POR MEIO DE CAMPOS ELÉTRICOS"

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Neurônios wireless

Você certamente já ouviu falar de neurônios e sinapses e como essas conexões fazem nosso cérebro funcionar.

Mas essa provavelmente não é a história toda. Aliás nunca foi !

Cientistas acabam de descobrir que os neurônios apresentam um comportamento coordenado mesmo quando não estão fisicamente conectados entre si por sinapses.

O cérebro, estejamos acordados ou dormindo, está mergulhado em uma constante atividade elétrica - uma atividade que não se limita às conexões entre neurônios se comunicando uns com os outros.

Na verdade, o cérebro está envolvido em inúmeras camadas sobrepostas de campos elétricos, gerados pelos circuitos neurais de inúmeros neurônios que se comunicam continuamente.

Até agora, esses campos eram vistos como um "epifenômeno, uma espécie de 'bug' cerebral, que ocorrem durante a comunicação neural," conta o neurocientista Costas Anastassiou, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos,

O novo trabalho de Anastassiou e seus colegas, no entanto, sugere que os campos elétricos do cérebro fazem muito mais e podem, de fato, representar uma forma adicional de comunicação neural.

"Em outras palavras", diz Anastassiou, "enquanto os neurônios ativos dão origem aos campos elétricos extracelulares, os mesmos campos retroalimentam os neurônios e alteram seu comportamento", mesmo que os neurônios não estejam conectados fisicamente - um fenômeno conhecido como conexão ou acoplamento efático.

Novo meio de comunicação neural

"Até agora, acreditava-se que a comunicação neural ocorresse em aparelhos localizados, as sinapses. Nosso trabalho sugere um meio adicional de comunicação neural através do espaço extracelular, independente das sinapses," diz o cientista.

Os campos elétricos extracelulares existem em todo o cérebro, embora sejam particularmente fortes e robustos em regiões específicas, como no hipocampo, que está envolvido na formação da memória, e no neocórtex, que se acredita ser a área onde as memórias de longo prazo são guardadas.

"As flutuações contínuas desses domínios extracelulares são a marca registrada de um cérebro vivo e funcionando em todos os organismos, e sua ausência é um forte indicador de um cérebro em coma profundo, ou mesmo morto," explica Anastassiou.

Anteriormente, os neurobiólogos assumiam que esses campos eram capazes de afetar, e mesmo controlar, a atividade neural, somente durante condições patológicas graves, como convulsões epilépticas, as quais induzem campos muito fortes.

Poucos estudos, entretanto, tinham efetivamente avaliado o impacto dos campos não-epilépticos, muito mais fracos, mas muito mais comuns.

Eletrodos no cérebro

"A razão é simples", diz Anastassiou. "É muito difícil conduzir um experimento in vivo na ausência de campos extracelulares" para observar o que muda quando os campos não estão presentes.

Como não poderia ser de outra maneira, os experimentos foram realizados em cérebros de ratos, focando alguns campos oscilantes, chamados potenciais de campo local, que surgem a partir de poucos neurônios.

Para fazer isso, foi necessário colocar microeletrodos dentro de um volume equivalente ao de uma única célula do corpo humano - a distâncias de menos de 50 milionésimos de metro um do outro. Nunca havia sido alcançado tal nível de resolução espacial e temporal, o que ajudar a explicar a novidade das descobertas.

Campos elétricos afetam o cérebro

O achado mais inesperado e surpreendente, em relação ao saber da neurociência atual, foi que mesmo esses domínios extracelulares extremamente fracos são capazes de alterar a atividade neural.

"No cérebro dos mamíferos, nós sabemos que os campos extracelulares podem facilmente ultrapassar 2 ou 3 milivolts por milímetro. Nossos resultados sugerem que, sob tais condições, o efeito se torna significativo," diz o pesquisador.

E será que campos elétricos externos teriam efeitos similares sobre o cérebro?

"Esta é uma pergunta interessante," respondeu Anastassiou. "De fato, a física dita que qualquer campo elétrico externo terá impacto sobre a membrana neuronal. Porém, o efeito dos campos impostos externamente também vai depender do estado do cérebro. Pode-se pensar no cérebro como um computador distribuído - nem todas as áreas do cérebro mostram o mesmo nível de ativação em todos os momentos."

"Se um campo imposto externamente vai impactar o cérebro também depende a qual área do cérebro o campo é dirigido. Durante as crises epilépticas, campos patológicos podem atingir até 100 milivolts por milímetro - esses campos interferem fortemente nos disparos neurais e dão origem a estados super-sincronizados."

E isso, acrescenta o pesquisador, sugere que a atividade de um campo elétrico - mesmo de campos elétricos externos - sobre certas áreas do cérebro, durante estados cerebrais específicos, pode ter fortes efeitos cognitivos e comportamentais.

É com esses campos elétricos externos que vários outros pesquisadores vêm-se preocupando nos últimos anos: O que de fato devemos temer em relação aos telefones celulares?

"PESQUISA - TELEFONE CELULAR, USE COM MODERAÇÃO"

(Pesquisa mostra ocorrência de tumores cerebrais justamente no lado da cabeça usado para telefonar)


A utilização dos telefones celulares cresceu exponencialmente ao longo dos últimos 10 anos, muito mais rapidamente do que aconteceu com a televisão e o com rádio na época do surgimento dessas tecnologias.

Pesquisadores do projeto Interphone, o maior estudo epidemiológico já realizado sobre a relação entre o câncer e os telefones celulares, estão divulgando seus primeiros resultados.

Embora a interpretação deste estudo ainda não permita tirar conclusões definitivas, ele sugere que o uso de telefones celulares pode causar a ocorrência de certos tumores cerebrais.

Os resultados iniciais do estudo, iniciado em 1999 pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC) em 13 países industrializados, sugerem que as pessoas que usaram telefones celulares regularmente por 10 anos apresentam um maior risco de desenvolver determinados tumores.

O estudo analisou quatro tipos de tumores que afetam o cérebro ou as partes da cabeça ao redor das orelhas. Cada participante recebeu um questionário detalhado sobre o uso do telefone celular, seu perfil demográfico, se usa ou não outros sistemas de comunicação, se fuma e tudo sobre seu histórico médico pessoal e familiar.

No total, 2.765 pessoas com gliomas, 2.425 com meningiomas, 1.121 com neuroma acústico e 400 com câncer da glândula parótida foram entrevistadas utilizando um protocolo comum, juntamente com um grupo controle de 7.658 pessoas.

Uma interpretação prudente ...

Com relação aos gliomas, o câncer do cérebro com maior risco de mortalidade, o estudo Interphone afirma que "os dados dos países escandinavos e do Reino Unido identificaram um maior risco de desenvolver este tipo de tumor no lado da cabeça normalmente usado para telefonar."

Os resultados sugerem que a probabilidade de os usuários desenvolverem um glioma após 10 anos de uso contínuo do telefone celular é até 60% mais elevado nos países escandinavos, quase 100% maior na França e perto de 120% na Alemanha.

Para os meningiomas e neuromas acústicos, os resultados não são tão claros, embora perceba-se uma tendência semelhante. Para os tumores da glândula parótida, por outro lado, nenhum aumento no risco foi observado.

Mas futuras investigações, com períodos de latência maiores, serão necessárias para confirmar estes resultados.

Elisabeth Cardis, do Centro de Investigação em Epidemiologia Ambiental (CREAL) em Barcelona, na Espanha, coordenadora do Interphone, no entanto, minimiza a natureza alarmante destes primeiros resultados:

"Eles de fato indicam um possível aumento do risco entre os usuários a longo prazo, mas essa observação talvez seja artificial, devido a duas influências principais que podem invalidar as conclusões. Por um lado, os relatórios podem estar subestimados devido ao viés da seleção [dos voluntários], ou seja, quase 55% de taxa de não-resposta entre os usuários saudáveis. Por outro lado, pessoas com câncer pode ter superestimado seu próprio uso de telefones celulares. Isso é o que é conhecido como viés de memorização," diz ela.

Usuário regular

Um grande número de organizações que fazem campanhas para a adoção de normas mais rigorosas sobre o uso de telefones celulares acredita que a definição de "usuário regular" - utilizado no estudo Interphone para representar alguém usando um telefone celular pelo menos uma vez por semana por pelo menos seis meses - é muito amplo, podendo distorcer os resultados.

"Este é, contudo, um conceito muito claro adotado em todos os estudos", diz Elizabeth Cardis. "Quando as pessoas se encontram nesse perfil, um questionário detalhado é enviado para documentar suas histórias completas do uso do telefone celular. Nós fizemos análises pelo número de anos de utilização, número total de chamadas, o número de horas etc."

Interferências com o sistema imunológico

Os resultados finais do Interphone deverão ser publicados nos próximos meses. Até lá, os governos não podem (ou não querem) utilizar o estudo como uma base para a introdução ou a modificação de suas legislações.

Entretanto, outros estudos apontam na mesma direção, como uma tese de doutoramento defendida na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, em junho de 2008, perante um júri internacional de especialistas.

Dirk Adang, orientado por André Vander Vorst, mediu o impacto das ondas eletromagnéticas em quatro grupos de ratos. Roedores de três destes grupos foram submetidos ao longo de um período de 18 meses, o equivalente a 70% de suas vidas, a diferentes níveis de exposição eletromagnética, sempre em conformidade com as normas internacionais vigentes. O grupo controle não foi exposto.

Efeitos da radiação sobre o sistema imunológico

O estudo chegou a duas conclusões principais.

A primeira diz respeito ao efeito da exposição à radiação eletromagnética sobre os sistemas imunológicos dos ratos. Em análises de amostras de sangue, realizadas a cada três meses, Dirk Adang identificou, nos ratos dos três grupos que sofreram a exposição, um aumento dos monócitos, células brancas do sangue envolvidas na eliminação de corpos estranhos do organismo.

Esta descoberta sugere que o organismo responde à exposição a doses baixas de radiação eletromagnética como se fosse uma agressão externa.

A segunda e mais preocupante conclusão diz respeito à taxa de mortalidade: 60% dos ratos dos três grupos expostos morreram dentro dos três meses do experimento, contra 29% no grupo controle.

Princípio da precaução contra os celulares

Novamente, com relação ao experimento realizado com ratos, esses resultados não permitem conclusões definitivas. Um relatório da Comissão Europeia, publicado em 2009 pelo Comitê Científico de Riscos Emergentes e Recentemente Identificados, indica que não há nenhuma evidência de qualquer impacto das ondas eletromagnéticas sobre a saúde humana, mas recomenda que mais pesquisas sejam realizadas sobre o assunto.

Embora as condições nas quais os telefones celulares são prejudiciais para a saúde pública não estejam claramente estabelecidas, pode-se razoavelmente duvidar de que os úteis aparelhinhos sejam totalmente inocentes.

O que dizer então das cercanias das antenas de retransmissão? E do efeito combinado com as ondas Wi-Fi? O impacto desses parâmetros sobre a saúde ainda é desconhecido.

Mais estudos científicos independentes serão provavelmente necessários para esclarecer todas essas dúvidas. Enquanto isso, cientistas estão defendendo o princípio da precaução:

Evitar o uso excessivo dos telefones celulares, especialmente entre as crianças e os jovens;
usar fones de ouvido com fio ou dispositivos sem fios;
não utilizar telefones celulares em veículos em movimento, o que os obriga a operar com potência total para manter a conexão.

Afinal, não é largamente aceito que o uso excessivo de qualquer coisa é prejudicial?

A eletro-hipersensibilidade existe de fato?

Certas pessoas parecem ser mais sensíveis às ondas eletromagnéticas emitidas particularmente pelas antenas de retransmissão de telefonia celular.

Apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluir a hipersensibilidade elétrica na sua lista de patologias, a doença só é reconhecido na Suécia e na Grã-Bretanha.

Sabine Rinckel, uma cidadã da cidade de Estrasburgo, entrou com inúmeras ações judiciais para obter reparação de danos por parte das autoridades francesas. "Eu sofria de enxaquecas e dores nas costas desde que foi instalada uma antena de retransmissão no telhado do meu prédio", conta ela, que tem 40 anos de idade. "Tenho formigamento nos dedos e nas pernas. Sem mencionar esses choques elétricos que machucam meu maxilar. Eu passei por uma cirurgia em 1981, durante a qual parafusos e placas foram inseridos nos ossos do meu rosto."

Os médicos que examinaram Sabine Rinckel foram incapazes de diagnosticar qualquer coisa porque sua patologia não é reconhecido pela profissão.

"Apesar de ter mudado de apartamento, eu continuo sentindo estes sintomas. Eles são tão fortes que eu sou capaz de localizar as antenas de retransmissão sem vê-las," diz a paciente.