quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

EPIGENÉTICA


Bruce Lipton é um dos pais da epigenética; evolução da Biologia da forma como conhecemos apesar de todos os estudos estarem só no início. 
A física quântica e as descobertas de Bruce Lipton sobre a interação célula/ambiente são a chave de um novo paradigma científico, uma revolução absoluta na forma como nos vemos e como vemos e percebemos o mundo que nos cerca...holismo absoluto !

10 COISAS QUE VOCÊ NÃO SABIA SOBRE O AMOR..MAS SENTIA !



Ao escrever o livro “Amor 2.0“, a autora Barbara Fredrickson, professora de psicologia e diretora do Laboratório de Emoções Positivas e Psicofisiologia da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (EUA), aprendeu algumas coisas sobre o amor que ela julga importante compartilhar. Confira:

10. Pode ser difícil falar de amor em termos científicos, porque as pessoas têm ideias pré-existentes fortes sobre ele

A visão do amor que surge a partir da ciência requer uma mudança radical, segundo Barbara. “Eu aprendi que preciso pedir às pessoas para revisitar suas visões atuais de amor o suficiente para considerá-lo a partir de uma perspectiva diferente: a perspectiva do seu corpo”, diz.
Amor não é romance. Não é desejo sexual. Não é nem mesmo o vínculo especial que você sente com outros familiares ou pessoas significativas para você. E talvez o mais difícil de tudo, o amor não é duradouro e incondicional. A mudança radical que Barbara sugere é ver o amor como nosso corpo o experimenta: um micro momento de conexão compartilhada com o outro.

9. O amor não é exclusivo

Nós tendemos a pensar no amor apenas no contexto de nossos entes queridos. Quando o limitamos a apenas o círculo mais íntimo de família e amigos, inadvertidamente e severamente restringimos nossas oportunidades para o crescimento, saúde e bem-estar, de acordo com Barbara.
Na realidade, ela acha que podemos experimentar micro momentos de conexão com qualquer um, seja nossa alma gêmea ou um estranho. “Enquanto você se sentir seguro e forjar o tipo certo de conexão, as condições para experimentar a emoção do amor são boas”, afirma.

8. O amor não pertence a uma pessoa

Nós tendemos a pensar em emoções como eventos particulares, confinados a mente e corpo de uma pessoa. Atualizar a visão do amor desafia esta lógica.
Segundo Barbara, evidências sugerem que quando você realmente se conecta com outra pessoa, uma sincronia perceptível, mas momentânea, surge entre os dois: seus gestos e bioquímica, até mesmo seus respectivos disparos neurais, espelham um o outro em um padrão que ela chama de ressonância de positividade. “O amor é uma onda biológica de sentimento bom e cuidado mútuo que rola por dois ou mais cérebros e corpos de uma só vez”, diz.

7. Fazer contato visual é importante para o amor

Seu corpo tem a capacidade de “identificar” as emoções das pessoas ao seu redor, tornando suas perspectivas para o amor – definidas como micro momentos de ressonância de positividade – quase ilimitadas. Embora isso soe esperançoso, essa habilidade natural é frustrada se você não fizer contato visual com a outra pessoa. O encontro dos olhos é uma chave essencial para a sincronia neural.

6. O amor fortalece a conexão entre o cérebro e o coração, tornando-o mais saudável

Décadas de pesquisa mostram que as pessoas que estão mais conectadas socialmente vivem vidas mais longas e saudáveis. No entanto, como exatamente os laços sociais afetam a saúde ainda é um dos grandes mistérios da ciência.
A equipe de pesquisa liderada por Barbara descobriu que, quando pessoas são designadas aleatoriamente a aprender maneiras de criar mais micro momentos de amor diariamente, a função do seu nervo vago, um canal chave que liga o cérebro ao coração, melhora de forma duradoura. Esta descoberta fornece um novo caminho para descobrir de que forma micro momentos de amor servem como nutrientes para a sua saúde.

5. Suas células imunes refletem suas experiências passadas de amor

Segundo Barbara, as formas como seus genes são expressos no nível celular dependem de muitos fatores, incluindo se você se considera ser socialmente conectado ou cronicamente solitário.
Barbara e sua equipe estão investigando os efeitos celulares do amor, testando se as pessoas que constroem mais micro momentos de amor na vida diária também têm células imunológicas mais saudáveis.

4. Pequenos momentos emocionais podem ter grandes efeitos biológicos

Pode parecer surpreendente que uma experiência que dura apenas um momento possa ter um efeito duradouro sobre a sua saúde e longevidade. No entanto, Barbara notou que há um ciclo importante, uma espiral ascendente, entre vida social e bem-estar físico.
Isto é, não somente seus micro momentos de amor o tornam mais saudável, mas ser saudável “aumenta” a sua capacidade de amar. Pouco a pouco, amor gera amor, melhorando a sua saúde. E saúde gera saúde, melhorando a sua capacidade de amar.

3. Não subestime o amor no casamento

“Escrever este livro mudou profundamente a minha visão pessoal de amor. Eu costumava defender o amor como uma força constante, firme, mas que não definia meu casamento. Enquanto essa força constante e firme ainda existe, agora vejo a nossa ligação como um produto dos muitos micro momentos de ressonância de positividade que meu marido e eu compartilhamos ao longo dos anos”, conta Barbara.
Segundo ela, isso pode ajudar a afastar uma ideia de amor fixa que o pode levar a subestimar esse sentimento em um relacionamento. “O amor é algo que devemos recultivar todos os dias”, afirma.

2. Amor e compaixão podem ser a mesma coisa

Reimaginar o amor como micro momentos de positividade compartilhada pode fazer parecer que o amor requer que você sempre se sinta feliz. Isso não é verdade. Você pode experimentar um momento de micro amor, mesmo que você ou a pessoa com quem você se conecta esteja sofrendo.
“O amor não exige que você ignore ou suprima negatividade. Ele simplesmente requer que algum elemento de empatia, bondade ou apreciação sejam adicionados à mistura. Compaixão é a forma que o amor toma quando o sofrimento ocorre”, explica Barbara.

1. Atualizar sua visão do amor já muda a sua capacidade de amar

A ciência oferece novas lentes através das quais você pode ver suas interações emocionais. “As pessoas que entrevistei para o livro compartilharam histórias incrivelmente comoventes sobre como usaram micro momentos de conexão para fazer reviravoltas dramáticas em suas vidas pessoais e profissionais”, conta Barbara.
“Uma das coisas mais esperançosas que eu aprendi é que quando as pessoas tomam só um minuto por dia para pensar se se sentiam ligadas e sintonizadas com os outros, iniciam uma cascata de benefícios. E isto é algo que você pode começar a fazer hoje, tendo aprendido apenas um pouco mais sobre como o amor funciona”, diz.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

VITAMINA D : FUNDAMENTAL



Inúmeros estudos vêm sendo realizados para descobrir a real importância da Vitamina D para nosso organismo.

E os resultados vêm surpreendendo os especialistas, que anteriormente acreditavam que a Vitamina D “somente” desempenhava o importantíssimo papel de promover a absorção do cálcio pelo organismo, sendo fundamental para a formação dos ossos e dentes.
Para muitos ela está sendo considerada a molécula do século no quesito longevidade. 

Mas afinal, por que tanto bafafá?

As pesquisas estão desvendando que a falta da Vitamina D está relacionada desde cansaço prolongado e até mesmo câncer, passando pelo colesterol ruim alterado, osteoporose, hipertensão e muitas outras doenças. Muitos especialistas apontam que várias doenças poderiam ser evitadas com a suplementação de Vitamina D.
Inúmeros estudos têm sido feitos, vamos apontá-los alguns deles (todos bem recentes):
> Grávidas: Gestantes com baixos níveis de vitamina D têm filhos com maior risco de esclerose múltipla.Para os pesquisadores, crianças nascidas em meses com menos incidência de sol têm risco 5% maior de ter a doença; o resultado aponta para necessidade de suplementação da vitamina em gestantes. Estudo publicado no Journal of Neurology Neurosurgery and Psychiatry.
> Fumantes: A falta de vitamina D prejudica ainda mais a atividade dos pulmões dos fumantes ao longo do tempo. O nutriente, portanto, pode ter um efeito protetor contra os efeitos do tabagismo sobre a função pulmonar, através de suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Pesquisa do Hospital Brigham and Women, afiliado à Universidade da Harvard e publicado no American Journal of Respiratory and Critical.
> Idosos: Idosos que tomam suplementos de cálcio e vitamina D podem ter uma expectativa de vida maior do que aqueles que não ingerem quantidades suficientes dos nutrientes. Lembrando que a Vitamina D promove a absorção do cálcio no organismo. O estudo foi realizado pelos pesquisadores da Universidade da Aarhus (Dinamarca) e publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.
> Crianças: Crianças com baixos de vitamina D que passam a tomar suplementos do nutriente podem chegar a reduzir pela metade o risco de apresentar alguma infecção respiratória, sobretudo nas estações mais frias do ano. A pesquisa foi desenvolvida pelo Hospital Geral de Massachusetts, da Universidade de Harvard, e publicado revista Pediatrics.
> Câncer: A vitamina D pode reduzir em até 50% o risco de câncer de mama e em mais de 66% o de tumores cancerosos colo-retais, é o que apontam os pesquisadores do Centro Moores sobre o câncer, da Universidade da Califórnia.
Diante desses e de vários outros estudos, a vitamina D foi capa recentemente de duas das maiores revistas de circulação nacional – Isto É (edição 03/08/12) e Veja (13/01/13). Vale a pena conferir:

Portanto, insuficiência de Vitamina D é prejudicial a nossa saúde!

Existem dois tipos de vitamina D:
- A D2 é obtida por meio de alimentos, principalmente derivados do leite, fígado, gema de ovo e óleos de peixes gordurosos – como em geral é difícil a ingestão de peixes gordurosos, uma saída é fazer uso de cápsulas de óleo de peixe – Ômega 3, que além de ajudar a regular os níveis de colesterol bom e também auxiliará na complementação da Vitamina;
- A do tipo D3 é produzida pelo organismo em contato com a radiação solar.
Aproximadamente 90% da vitamina D que precisamos vêm da exposição ao sol. Portanto bastaria tomar um solzinho de 15 minutos pela manhã  e ter uma alimentação relativamente saudável para termos os níveis satisfatórios do nutriente no corpo. Bastaria... A verdade é que a vida atribulada de hoje em dia impede que tenhamos vários hábitos saudáveis.
Mesmo nós, vivendo em um país tropical apresentamos níveis insatisfatórios da vitamina D em nossos organismos. Veja o mapa de autoria da Dra. Vera Lúcia Szejnfeld, professora de reumatologia da Universidade Federal de São Paulo, que aponta a taxa de insuficiência de vitamina D em mulheres que já passaram pela menopausa e sofrem de osteoporose.
* Curiosidade: o alto déficit do Oriente Médio se deve, sobretudo, ao uso de vestes que não deixam o corpo exposto.

Quando a suplementação de Vitamina D é indicada.

Para algumas pessoas a suplementação da Vitamina D é bastante recomendada. Os grupos são:
> Mulheres na menopausa: a suplementação é importante para reduzir o risco da osteoporose. Nesse caso é importante combinar com a suplementação de cálcio, mas ele sozinho não faz efeito – se faz necessário o consumo de Vitamina D, pois a mesma promove a absorção do cálcio no organismo. Uma alternativa de suplementação mais completa é o Complexo Vitage, uma combinação de vitaminas (inclusive Vitamina D), minerais (incluindo o cálcio) e fitoterápicos juntos para garantir a necessidade do corpo feminino. Pode ser utilizado por mulheres em todas as idades a fim de colaborar com um organismo equilibrado e saudável.
> Pessoas com mais de 65 anos: a partir dessa idade nosso organismo fica mais propenso a ter fraturas devido à perda óssea. É importante a suplementação de cálcio, aliada à Vitamina D. Além da suplementação via cápsulas de carbonato de cálcio, outra maneira disponível nas Farmácias são as cápsulas de Dolomita, um mineral proveniente de rochas que possui altos índices de cálcio e magnésio.
> Pessoas que estão internadas, impossibilitadas de tomar sol: como 90% da produção de Vitamina D é realizada pelo próprio organismo através da exposição do sol, quando estamos privados dele, a suplementação é extremamente necessária.
> Pessoas obesas: pois a Vitamina D fica agarrada no tecido adiposo, o que acarreta a falta da vitamina no sangue.
Vale ressaltar que os negros têm dificuldade em sintetizar a vitamina D via exposição solar, pois a melanina desempenha uma barreira natural contra os raios solares.

Não deixe de consultar um médico e nutricionista! Converse também com seu farmacêutico!

Vimos que a falta de Vitamina D causa inúmeros transtornos para nossa saúde, mas suplementá-la demasiadamente pode trazer complicações no sistema urinário (como pedras renais, devido ao acúmulo de cálcio nesses locais), náuseas e perda de apetite.

(http://www.conexaoitajuba.com.br)

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

ESTUDO BRASILEIRO REVELA NOVA FORMA DE EVITAR E COMBATER ENXAQUECAS



Uma pesquisa brasileira mostrou que a melatonina, hormônio produzido no nosso cérebro que atua na regulação do sono e do relógio biológico, é eficaz na prevenção de enxaqueca em pessoas que têm crises com frequência. 
Segundo o estudo, coordenado por Mario Peres, neurologista do Hospital Albert Einstein e da Escola Paulista de Medicina, pílulas contendo a substância parecem ser melhores para evitar as fortes dores de cabeça do que um dos medicamentos mais utilizados atualmente com essa finalidade, a amitriptilina. 
O trabalho será apresentado em março no encontro anual da Academia Americana de Neurologia, na cidade americana de San Diego.

Saiba mais

MELATONINAA melatonina, produzida pela glândula pineal, localizada no cérebro, é fundamental para regularizar o nosso relógio biológico e, assim, regular sono, fome e diversas funções no organismo. Em países como os Estados Unidos e os da Europa, ela é amplamente comercializada como uma vitamina e, em lugares como Argentina e Chile, como remédio. 
No Brasil, porém, ela não pode ser comercializada pois não possui registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com o órgão, o último pedido para registro da substância foi feito em 2003 e foi indeferido por estar “em desacordo com a legislação vigente”. Não houve um novo pedido desde então. No entanto, também não há uma proibição expressa ao uso da substância, de forma que o paciente que desejar pode importá-la para uso próprio. 
Os benefícios da melatonina já vêm sendo estudados — e comprovados — há algum tempo, inclusive por Peres, que há mais de 10 anos concentra as suas pesquisas para entender de que forma o hormônio pode ajudar pacientes que sofrem de enxaqueca. "A principal função da melatonina é regularizar os ritmos biológicos. Portanto, o hormônio influencia vários sistemas no organismo e interfere positivamente em diversas funções. 
Nós já sabemos que pessoas que sofrem de enxaqueca apresentam menores níveis de melatonina e que isso aumenta a propensão de crises", disse Peres ao site de VEJA.
O novo estudo de Peres, que também foi assinado por André Leite Gonçalves, neurologista da Faculdade de Medicina do ABC, comparou os efeitos da melatonina aos da amitriptilina, um antidepressivo frequentemente receitado a pacientes com o problema, e aos de placebo. 
Para isso, os pesquisadores selecionaram 179 pessoas entre 18 e 65 anos de idade que sofriam de crises de enxaqueca, com ou sem aura, de duas a oito vezes por mês.
Comparação — Os participantes foram divididos em três grupos. Durante três meses, cada grupo recebeu doses diárias de um tipo de substância: melatonina (três miligramas ao dia), amitriptilina (25 miligramas ao dia) e placebo. Após esse período, a redução média de dias por mês com crises de enxaqueca foi de 2,7 para as pessoas que receberam melatonina; 2,18 para as que receberam amitriptilina; e 1,18 para quem tomou placebo.
Segundo Mario Peres, a eficácia na prevenção de enxaqueca com o uso de melatonina e amitriptilina foi estatisticamente semelhante. A grande vantagem do hormônio sobre o antidepressivo, então, parece estar em sua maior tolerabilidade. "A amitriptilina é um antidepressivo que pode provocar o aumento do peso, sonolência, boca seca e intestino preso. A melatonina apresentou muito menos efeitos adversos, mas com a mesma eficácia, e foi tão tolerada pelos pacientes quanto o placebo", afirmou Peres.
Hormônio vetado — Apesar de a melatonina ser amplamente difundida em países como os Estados Unidos, onde é comercializada como uma vitamina, e dos diversos estudos que defendem os benefícios do hormônio, os brasileiros não podem comprar a substância por aqui pois ela não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, é possível comprar o produto no exterior e trazer para o Brasil para uso pessoal.
Para Mario Peres, o fato de a melatonina não ser comercializada no mercado brasileiro torna o país atrasado nesse sentido. "Acredito que a substância deveria ser vendida como remédio, como acontece na Argentina ou no Chile, e não vitamina. Assim, haveria um melhor acompanhamento médico. A melatonina é barata e eficaz, e seria uma ótima alternativa para as crises de enxaquecas e também para outros problemas, como a insônia", disse.
O neurologista acredita que os resultados de sua pesquisa têm potencial para tornar possível a aprovação da substância no mercado brasileiro. E não somente isso: "Nosso estudo é um trabalho grande, randomizado e que compara a melatonina a outro remédio e ao placebo. É o primeiro grande estudo que mostra que o hormônio funciona e é seguro na prevenção da enxaqueca. É uma base científica consistente para que os médicos passem a recomendar a substância no tratamento do problema", afirmou Peres.
REVISTA VEJA

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

ARREPENDIMENTOS TERMINAIS



 Em “Antes de Partir” (editora Jardim dos Livros), uma cuidadora especializada em doentes terminais fala do que eles mais se arrependem na hora de morrer.

A época, como se sabe, é boa para arrependimentos e resoluções, e não sofro especialmente de medo quando se trata de temas trágicos. Se alguém, como Bronnie Ware, aguentou tratar de pacientes desenganados por muitos anos, não seria impossível prestar um pouco de atenção no que ela quis contar.

Infelizmente, “Antes de Partir” acaba se revelando um livro de autoajuda, não muito diferente das dezenas que existem por aí. Às vésperas da morte, as pessoas com quem Bronnie Ware conversou não têm muito de notável a dizer.

Há cinco arrependimentos básicos, cada um dos quais explicado e reexplicado em capítulo próprio.
“Não deveria ter trabalhado tanto”, diz um dos pacientes. “Desejaria ter ficado em contato com meus amigos”, lembra outro. “Desejaria ter a coragem de expressar meus sentimentos”, confessa um terceiro. 

Outro alerta: “Não deveria ter levado a vida baseando-me no que esperavam de mim”.

Por fim, a chave de ouro: “Desejaria ter-me permitido ser mais feliz”. Claro que, nesse nível de generalidade, tudo se equivale. Mas esses arrependimentos também dizem um bocado sobre o tipo de personalidade mais comum em nossa época.

Há cem anos, ou 50, quem sabe, sem dúvida seriam outros os arrependimentos terminais. “Gostaria de ter sido mais útil à minha pátria”, diria alguém. “Gostaria de ter deixado um patrimônio maior para meus descendentes”, poderia suspirar o pai de família. “Deveria ter sido mais obediente a Deus”, confessaria um terceiro.

Ideias de autosacrifício, de dever, de empenho na construção do futuro da comunidade, tudo isso compunha um tipo de personalidade sem dúvida mais rígido e convencional, para quem os conceitos de honra, de virtude e de disciplina ainda faziam sentido.

É o que desaparece nos arrependimentos contemporâneos. Menos do que morrer com a sensação do nome limpo e do dever cumprido, morre-se com a sensação de um ego insatisfeito.

A insatisfação existe porque o ego, afinal, é insaciável. 

Por mais que eu me dedique a ser feliz em cada momento, a ser sincero com meus desejos, a fugir das obrigações, sempre vou achar que não me dediquei o bastante a mim mesmo. A vida autocentrada será, desse modo, inevitavelmente frustrante. Mais que isso, vida e frustração se tornam sinônimos. Quando o paciente terminal reclama de não ter pensado mais em si mesmo, ele no fundo está reclamando apenas de não estar podendo viver mais.

Não digo, é claro, que seja fácil morrer em qualquer circunstância. Mas o problema dos pacientes de Bronnie Ware, e dos leitores de seu livro, não é a falta de autoajuda. É o excesso de autoajuda; quem só se preocupa em atender a si mesmo sempre se sentirá desatendido.

O paradoxo é que a autora, conforme vai contando suas experiências, demonstra uma extrema capacidade para se dedicar aos outros. É vegetariana, por que não suporta a ideia de ver animais sacrificados. Depois de muitos anos prestando conforto a pacientes terminais, resolveu dar aulas de música para detentas (ela também compõe canções no estilo folk) e, para mudar um pouco de ambiente, faz shows para crianças em idade pré-escolar.

Nascida na Austrália, Bronnie Ware largou seu trabalho num banco para levar uma vida errante, e começou seu trabalho de cuidadora meio por acaso, no interior da Inglaterra.

É possível que tratar de pacientes terminais corresponda ao desejo de mudar sempre de casa, de vida e de lugar; durante um tempo Bronnie Ware morou no próprio carro, que aliás caía aos pedaços. A depressão, e um quase suicídio, estavam à espreita.

Ela se considera uma “doadora natural” –e sua maior dificuldade está, diz ela, em saber receber a ajuda dos outros. Com certa maldade, seria possível observar que no mundo da autoajuda perfeita ninguém estaria ligando muito para ajudá-la de qualquer modo.

Mas não é verdade. Seu livro tem um precedente respeitável na filosofia de Alain (1868-1951), para quem só as pessoas felizes podem ajudar plenamente o próximo. A felicidade não é um direito, dizia; é um dever.



(MARCELO COELHO PARA FOLHA DE SÃO PAULO)