segunda-feira, 21 de outubro de 2013

EPIGENÉTICA - "PARTES DO CORPO ENVELHECEM EM DIFERENTES TAXAS"

Uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia (UCLA), EUA, descobriu um novo relógio biológico com potencial para medir a idade do tecido humano.
Steve Horvath, professor de genética humana e bioestatística, usou a metilação, um processo natural no qual o DNA é alterado ao longo do tempo, para desenvolver um "relógio epigenético", que analisa os efeitos da idade sobre o tecido.
Horvath e sua equipe descobriram que o tecido mamário da mulher envelhece mais rápido do que o resto do seu corpo, e que o tecido canceroso é, em média, 36 anos mais velho do que outros tecidos.
Embora a pesquisa seja preliminar, ela tem implicações fascinantes para pesquisas anti-envelhecimento. Trabalhando com mais de 8.000 amostras utilizadas em pesquisas anteriores na metilação do DNA no tecido humano, Horvath e seus colegas identificaram 353 marcadores de DNA de 51 tipos de células e tecidos (incluindo o coração, pulmões, cérebro, fígado, cartilagens e rins) que mudam ao longo de nossas vidas desde antes do nascimento até a velhice.
Eles formam um padrão em conjunto que Horvath usou para criar um modelo estatístico. O resultado é um preditor de idade preciso que funciona na maioria dos tecidos e tipos de células do corpo humano.
"Por enquanto, o relógio epigenético é simplesmente um modelo estatístico, e é muito cedo para dizer se ele realmente funciona", diz Darryl Shibata,  professor de patologia da Universidade de Keck, no sul da Califórnia, que analisou o trabalho de Horvath. Mudanças na metilação do DNA ocorrem com o envelhecimento, mas o modelo de Horvath só nos diz que as duas coisas andam juntas, não que uma causa a outra.
"A noção geral de que você pode ler um genoma e ele reflete o processo de envelhecimento é provavelmente correta", diz Shibata, "Mas o ponto fraco do estudo é que ele não fornece um mecanismo, e sem um mecanismo há apenas uma correlação."
Em outras palavras, Shibata diz: "Ninguém sabe como este relógio funciona ainda", e são necessários vários passos antes que o relógio epigenético seja mais do que um modelo estatístico.
Shibata diz que a descoberta tem uma ampla utilização. "Agora, como um ser humano, tudo que você tem é a sua certidão de nascimento para dizer-lhe quantos anos você tem", diz Shibata. Mas, como todos nós temos observado em nosso cotidiano, a idade cronológica não necessariamente se correlaciona com a idade biológica.
"Da mesma forma como o nosso ritmo circadiano mantém o controle de horas, este novo relógio epigenético mantém-nos informado dos anos", concluiu Horvath. 

domingo, 20 de outubro de 2013

FÍSICA QUÂNTICA - "MULTIVERSOS E SEUS HABITANTES"


O típico herói hollywoodiano contorna a morte por profissão. Muitas vezes, milhares de bandidos atiram nele de todas as direções, mas erram sempre por um triz. Carros explodem em apenas uma fração de segundo depois de ele ter encontrado abrigo para a ameaça de uma bola de fogo. E amigos sempre aparecem para resgatá-lo pouco antes de o vilão cortar sua garganta. Se qualquer um dessas coisas acontecesse apenas um pouquinho diferente, diríamos um "hasta la vista baby" para o herói. E mesmo que não tenhamos visto o filme antes, algo nos diz que no fim ele estará são e salvo.
Em alguns aspectos, a história do Universo lembra um desses filmes de ação. 
Muitos físicos argumentam que uma pequena mudança em uma das leis físicas causaria alguns desastre que impediria a evolução normal dos Cosmos e nossa existência seria impossível. 
Se a força nuclear forte, por exemplo, que mantém o núcleo atômico unido, fosse ligeiramente mais forte ou mais fraca, as estrelas não forjariam a quantidade necessária de carbono e de outros elementos que parecem indispensáveis para formar planetas e a vida.
 Se o próton fosse 0,2% mais pesado, todo o hidrogênio primordial teria decaído quase imediatamente em nêutrons, e nenhum átomo teria se formado. 
A lista dessas condições é enorme.
As leis da física, em particular as constantes da natureza que entram nessas leis, como as forças que denominamos fundamentais, parecem finamente ajustadas para fazer nossa existência para fazer nossa existência possível. 
Sem invocar uma explicação sobrenatural que, por definição, estaria fora do objetivo da ciência, físicos e cosmólogos começaram, por volta de 1970, a tentar resolver esse enigma conjeturando que nosso universo é apenas um entre muitos, cada um com suas próprias leis físicas.
 De acordo com esse raciocínio "antrópico", pode ser que apenas ocupemos o raro universo em que condições certas aparecem juntas para tornar a vida possível. 
Muitas características nas leis da natureza parecem ter um ajuste fino: Uma pequena mudança em qualquer das constantes que aparecem nas leis da física tipicamente leva a um "desastre". 
Os átomos não podem se formar ou a matéria pode ser dispersar tanto no espaço que não seria possível colapsar para formar galáxia, estrelas ou planetas. Mas, mudando duas constantes de uma vez, teremos conjuntos de valores possíveis compatíveis com a formação de estruturas complexas e talvez algumas formas de vida inteligentes. 
Mudar três ou mais constantes amplia ainda mais as possibilidades.
Bom, este é um tipo de assunto complexo, intrigante e muitas vezes anômalo. Porém vem mostrando como a ciência está estudando o nosso universo, ou "os vários universos". 
A possibilidade de multiversos coexistindo com o nosso é imensa em função das probabilidades e evidências, por outro lado, como ocorre no nosso universo físico e visível, seus vários habitantes também caso existam, obedecem à leis físicas compatíveis com sua constituição e necessidades de sobrevivência.
Anselmo Farias | outubro 20, 2013 às 12:07 pm | URL: http://wp.me/p2di4I-4YD

terça-feira, 1 de outubro de 2013

EPIGENÉTICA - "AMBIENTE E ESTILO DE VIDA ALTERAM DNA"

(80% de suas informações genéticas estão fora de você)

Outrora visto como um registro definitivo a guiar o que acontece ou não com o corpo humano, hoje o DNA já é encarado com outros olhos por um crescente número de cientistas.
Já está bem estabelecido, por exemplo, que o estilo de vida induz alterações no DNA.
Essas alterações podem ter efeitos específicos sobre o metabolismo, sendo benéficos ou causando danos nos órgãos ou doenças, dependendo do estilo de vida.
No decurso da vida, as influências ambientais e fatores de estilo de vida - como a dieta, o tabagismo ou a ingestão de bebidas alcoólicas - ou processos como o envelhecimento, induzem alterações bioquímicas no DNA.
Frequentemente, essas alterações levam à metilação do DNA, um processo no qual grupos metílicos são adicionados a segmentos específicos do DNA, sem alterar sua sequência.
Esses processos podem influenciar a função do gene, sendo conhecidos como epigenética.
Epigenética e metabolismo
Cientistas do Centro Médico Helmholtz (Alemanha) identificaram agora 28 alterações no DNA associadas a características metabólicas.
Este é o primeiro estudo de larga escala associando o epigenoma com metabólitos e genes modificados pelo estilo de vida.
O grupo analisou mais de 457 mil locais no DNA em busca de alterações bioquímicas, e comparou-as com as concentrações de 649 metabólitos diferentes.
A análise revelou que a metilação de 28 segmentos de DNA altera uma série de processos metabólicos importantes.
"Este estudo nos dá novas informações sobre como os fatores de estilo de vida podem influenciar o metabolismo através das alterações resultantes no DNA", afirmam Melanie Waldenberger e Christian Gieger.
"Agora podemos usar estes resultados para desenvolver novas abordagens diagnósticas e terapêuticas para doenças relacionadas com o estilo de vida, tais como o diabetes," concluíram
Há outros grupos procurando associações mais específicas no epigenoma, procurando descobrir, por exemplo, como a epigenética altera os genes ligados ao câncer.

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