domingo, 31 de agosto de 2014

FÍSICA QUÂNTICA - "ENTRELAÇAMENTO QUÂNTICO, UMA BRASILEIRA PROVOU"

(Gabriela Barreto Lemos)

Entrelaçamento quântico
Uma física brasileira realizou uma demonstração impressionante de um dos aspectos mais bizarros e difíceis de compreender da física quântica.
Ela tirou uma foto do desenho de um gato que nunca foi iluminado pelos fótons capturados para gerar a imagem.
Além de demonstrar os princípios da mecânica quântica, o experimento revela uma nova forma de imageamento revolucionária: uma câmera que tira fotos sem que a luz precise iluminar o objeto a ser fotografado.
Gabriela Barreto Lemos é pesquisadora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e está atualmente fazendo pós-doutorado na Academia Austríaca de Ciências, em Viena.
Seu experimento é uma demonstração cabal do fenômeno do entrelaçamento quântico - ou emaranhamento -, segundo o qual duas partículas podem ficar de tal forma interconectadas que qualquer coisa que aconteça a uma influenciará imediatamente a outra, ainda que elas estejam a anos-luz de distância.
O entrelaçamento quântico é desafiador mesmo para as mentes mais brilhantes - Einstein desdenhou dele chamando-o de "ação fantasmagórica à distância" -, mesmo porque ele desafia o limite de velocidade universal, a velocidade da luz, uma vez que as partículas entrelaçadas parecem trocar informações instantaneamente.

Gabriela idealizou o experimento usando o desenho de um gato entalhado em uma fina pastilha de silício - uma referência ao também famoso 
Gato de Schrodinger.


Fotografia fantasma
Ela produziu pares de fótons entrelaçados e os enviou em duas direções diferentes: enquanto o primeiro fóton podia atravessar o recorte do gato e então se perder, o outro membro de cada par ia direto para um detector, sem nunca passar pelo gato, e sem ter como se comunicar com seu irmão.
A imagem foi gerada pelos fótons coletados pelo detector - aqueles que nunca poderiam ter passado pelo recorte do gato.
Confirmando as predições da teoria quântica, o gato apareceu perfeitamente na fotografia - uma imagem gerada por fótons que nunca passaram pelo objeto que foi fotografado.
Aplicações biológicas
Embora o fenômeno do entrelaçamento quântico não precisasse mais de demonstrações para se comprovar real, o experimento pode ter aplicações práticas em áreas muito diferentes, principalmente porque cada par de partículas entrelaçadas pode ser formado por fótons de energias diferentes.
Assim, um disparador de fótons pode enviar fótons de baixa energia sobre amostras biológicas muito delicadas, enquanto a imagem da amostra é gerada por fótons comuns, na faixa do visível, por uma câmera digital convencional.
Este processo é muito mais simples e direto do que as imagens fantasmas capturadas por câmeras de pixel único.
Gabriela está trabalhando na equipe do professor Anton Zeilinger, que no ano passado surpreendeu os próprios físicos demonstrando que os eventos quânticos independem do espaço e do tempo, o que foi visto com uma espécie de "fim da causalidade".
Bibliografia:

Quantum imaging with undetected photons
Gabriela Barreto Lemos, Victoria Borish, Garrett D. Cole, Sven Ramelow, Radek Lapkiewicz, Anton Zeilinger
Nature
Vol.: 512, 409-412
DOI: 10.1038/nature13586

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

PESQUISA - "MELATONINA E TAMOXIFENO, DESCOBERTA REVOLUCIONÁRIA PARA TRATAR O CÂNCER DE MAMA"

(Nossas pacientes e amigas já sabiam..e faz tempo !)

A exposição à luz durante a noite, desligando a produção noturna do hormônio melatonina, torna o câncer de mama completamente resistente ao tamoxifeno, um medicamento contra o câncer de mama amplamente utilizado.
O alerta surpreendente está em um artigo publicado na revista científica Cancer Research, de autoria da equipe dos professores Steven Hill e David Blask, da Universidade Tulane (EUA).
Escuridão e melatonina
"Na primeira fase do estudo, mantivemos animais por várias semanas em um ciclo diário de luz/escuro de 12 horas de luz seguidas por 12 horas de escuridão total - a melatonina aumenta durante a fase escura," explica o professor Hill.
"No segundo experimento, expusemos os animais ao mesmo ciclo diário claro/escuro. No entanto, durante a fase de 12 horas de escuridão, os animais foram expostos a uma luz extremamente fraca à noite, aproximadamente equivalente à luz fraca vinda por baixo de uma porta, o que fez os níveis de melatonina serem suprimidos," completa ele.
melatonina por si só retarda a formação de tumores do câncer de mama e diminui significativamente seu crescimento, mas o tamoxifeno causou uma regressão dramática dos tumores nos animais com altos níveis de melatonina noturna durante a completa escuridão e naqueles que receberam suplemento de melatonina durante a exposição à luz fraca à noite.
Mas o efeito do medicamento foi inibido simplesmente pela presença da luz fraca à noite e a consequente redução na produção de melatonina.
Acordando o câncer
Segundo os pesquisadores, estes resultados têm implicações potencialmente enormes para as mulheres que estão sendo tratadas do câncer de mama com tamoxifeno, sobretudo porque é comum a exposição à luz durante a noite devido a problemas de sono, turnos de trabalho ou exposição à luz das telas de computador e TV que permanecem ligados.
"Altos níveis de melatonina à noite colocam as células do câncer de mama para 'dormir', desligando mecanismos-chave de seu crescimento. Estas células são vulneráveis ao tamoxifeno. Mas quando as luzes estão acesas e a melatonina é suprimida, as células do câncer de mama 'acordam' e ignoram o tamoxifeno," disse o Dr. Blask.

FONTE : www.diariodasaude.com.br