Os cogumelos constituem uma espécie tão rica e variada que passaram a ser estudados com mais atenção pela ciência. Estima-se a existência de 69.900 espécies em diferentes formas, tamanhos e cores, em ambientes tão variados como as galerias dos pólos e as raízes das arvores. O cogumelo é rico em proteínas, fibras, minerais (cálcio, iôdo, fósforo) e vitaminas, principalmente complexo B. Tem teor de sódio e muito potássio, o que o torna um grande aliado dos hipertensos. Composto de 90% de água, tem poucas calorias (28Kcal em média para cada 100 gr) e quase nenhuma gordura.
Mas o que dá ao cogumelo a fama de elixir da vida, "é o seu grande teor de ácido nucleico, substância que favorece a síntesse das proteínas e a reconstruçao celular", afirma o nutricionista Midori Ishii, que cultiva cogumelos comestiveis em Itanhaém.
Com o tempo, vão diminuindo os níveis de ácido nucleico no organismo e o cogumelo é capaz de restabelecer os níveis dessa substância. "Por esse motivo, várias espécies são utilizadas para fins medicinais e estão sendo utilizados no tratamento de doenças e no esforço do sistema imunológico", explica Ishii.
Os cogumelos são fungos conhecidos desde a antiguidade quando o homem já os utilizava como um alimento de elevado valor nutritivo e terapêutico. No entanto, na natureza, existem centenas de espécies diferentes de cogumelos, sendo que alguns são venenosos, outros alucinógenos e também aqueles que possuem propriedades medicinais curativas e até afrodisíacas.
O consumo de cogumelos no Brasil, ainda é muito pequeno em relação ao povos europeu e asiático, onde estima-se ser de 70g por habitante por ano.
Nos últimos anos, o consumo de cogumelos comestíveis vem aumentando e ganhando destaque em virtude do seu sabor refinado, do seu valor nutritivo e, ainda, pelo seu potencial de uso medicinal.
Recentemente, o cogumelo Agaricus blazei, também chamado popularmente de "Cogumelo do Sol", vem sendo relatado como um produto com propriedades medicinais, despertando grande interesse por parte da comunidade médica e científica de instituições no Brasil e em outros países.
O cogumelo do sol é de ocorrência natural das regiões serranas da Mata Atlântica do sul do Estado de São Paulo e, segundo relatos de produtores, a espécie nativa foi coletada inicialmente no Brasil por um agricultor e estudioso (Sr.Furumoto),que cultivou entre as décadas de 60 e 70, quando algumas amostras foram levadas para o Japão com o interesse de se estudar suas propriedades medicinais.
Devido às condições climáticas serem favoráveis ao cultivo deste cogumelo, matrizes reproduzidas ainda no Japão foram enviadas de volta ao brasil e, desde então, várias técnicas de produção têm sido adaptadas.
Além de ser indicado como fortalecedor do sistema imunológico, como tônico, o Cogumelo do Sol tem sido estudado por cientistas de todo o mundo devido a sua ação antitumorial. A procura de substâncias ou métodos que aumentem ou potencializem o sistema imunológico do corpo humano, de forma a induzir uma resistência sem causar efeitos colaterais aos organismos, tem sido uma das mais importantes buscas da ciência na cura contra o câncer.
Estudos sobre o desenvolvimento de agentes antitumoriais, baseados nesta idéia, têm tido algum processo a partir de polissacarídeos extraídos de cogumelos (Chihara, 1978). Um dos primeiros estudos sobre o potencial de aplicação médica dos cogumelos data de 1959 (Chang & Hayes), quando um possível agente antitumorial descrito como Clvacina foi isolado do cogumelo Calvatia gigantea.
Além deste, possuía também uma forte atividade antitumor, o shitake (Lentinus edodes).
Estudos realizados no Japão sobre o cogumelo do sol, apontaram para uma possível substância constituída de polissacarídeos de ligação beta glicosídicas associados a determinadas proteínas e dominada de Complexo Glucano-Protéico, evidenciando possuir uma forte atividade antitumoral!
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