Cuidadosamente protegida pelos recônditos silenciosos do crânio e os dois hemisférios cerebrais, próximo do centro exata da cabeça, encontra-se um minúsculo órgão em forma de ervilha: a glândula pineal. Conhecida também como ’epiphysis cerebri, corpo pineal, terceiro olho, sede da alma, etc’, há séculos a pineal tem incitado a curiosidade da mente humana.
Muitas faculdades psíquicas têm sido atribuídas à glândula pineal. Na realidade, trata-se dum portal entre o Eu psíquico e o Eu físico do homem. Entretanto, biologicamente pensava-se que ela era um mero órgão residual, sem função alguma, dos vertebrados superiores, incluindo o homem.
Mas em 1959, A.B. Lemer e seus colaboradores isolaram glândulas pineais de bovinos, um componente chamado ‘melatonina’, conhecido mais tarde por ‘homônio da pineal’. Daquele momento em diante essa glândula tornou-se importante tema de investigação no mundo inteiro, e muitos fatos surpreendentes foram descobertos a respeito de sua estrutura e os possíveis mecanismos que governam suas intricadas funções.
Descobriu-se que, proporcionalmente ao seu tamanho, a pineal é um dos órgãos mais vascularizados de todo o corpo. Em outras palavras, ela recebe mais sangue que a maioria dos outros tecidos. Isso indica grande atividade interior da glândula, o que refuta o antigo conceito de que a pineal não tem nenhuma função.
A luz exerce uma influência precisa na função da pineal. Durante o dia, ou sob permanente iluminação artificial, a síntese de melatonina, o hormônio da pineal, diminui. Por outro lado, à noite e no escuro a produção desse hormônio aumenta. Isso nos lembra os ‘fotodetectores eletrônicos’ e os ‘instrumentos sensíveis à luz’. Os primeiros emitem corrente apenas quando não em presença de luz, e os últimos geram corrente só quando expostos a iluminação.
INFLUENCIA DA LUZ
Mas de que modo a glândula sabe quando é dia ou noite, quando está claro ou escuro? Uma TEORIA que tenta explicar esse fenômeno diz que os raios de luz captados pela retina produzem impulsos nervosos, que passam através dum desconhecido canal do cérebro, chegam aos glânglios cervicais superiores, e daí alcançam a pienal através das fibras dos gânglios cervicais superiores que enervam a glândula pineal. Esses glânglios, pertecentes ao sistema nervoso autônomo, estão localizados na parte póstero-superior do pescoço, em ambos os lados da nuca.
A evidência sugere que existe uma substância que é liberada na glândula pineal, substância essa que controla e regula o crescimento do homem e de alguns animais. Observou-se que tumores que provoquem lesões destrutiavs na pineal estão relacionados com a puberdade precoce, uma condição em que a criança desenvolve maturidade sexual e seu crescimento é paralizado.
A PINEAL E O CRESCIMENTO
Normalmente, o corpo pineal começa um processo de mineralização com a idade de sete anos: partículas de ‘areia cerebral’ são depositadas no interior da glândula. Esse processo se completa por volta dos catorze anos, dependendo de fatores hereditários, ambientais e outros. Por volta dessa idade, o amadurecimento sexual e o crescimento estão quase completos. Assim, é possível que, enquanto puder, a glândula segregue uma substância que evite o amadurecimento gonadal e a paralisação do crescimento.
A maior concentração de melatonina parece diminuir o hormônio do crescimento. Certo pesquisador Starr, relatou a diminuição do hormônio de crescimento em pacientes cancerosos após o tratamento com melatonina.
O hormônio do crescimento é segregado na parte anterior da glândula pituitária, depois que ela, recebeu uma mensagem do hipotálamo. Mas será que essa mensagem realmente se origina no hipotálamo? Sabe-se que alguns sinais, chamados ‘fatores de liberação’, provêm do hipotálamo, que informa à pituitária a necessidade de segregar hormônio do crescimento e/ou hormônios trópicos. Esses hormônios trópicos dirigem-se a outras glândulas e lhes ordenam que injetem algo de seus respectivos hormônios na corrente sangüínea. Por exemplo, o hormônio gonadotrópico masculino chega aos testículos e lhes ordena que segreguem a testosterona.
Vemos assim que a pineal é uma glândula endócrina que segrega um hormônio chamado melatonina. A síntese desse hormônio depende da presença ou ausência de luz. A glândula pineal possivelmente produz uma substancia que controla ou regula o crescimento. O corpo pineal é um dos órgãos mais vascularizados do organismo.
Essas são apenas algumas da descobertas fisiológicas a respeito da glândula pineal feitas nas ultimas duas décadas. Contudo, muito conhecimento ainda está por ser descoberto a respeito da misteriosa e intrigante glândula do conhecimento – a glândula pineal.
Segundo ainda, René Descartes – filósofo, místico, fundador da matemática moderna – referia-se à glândula pinela como ‘la gland connairenne, ou a glândula do conhecimento’. Chamava-a também de a sede da alma racional. ‘Racional’ vem da palavra latina ‘ratio’ [comparação]. E não é o conhecimento baseado em comparação?
OUTRAS FUNÇÕES
Segregando energias psíquicas, a glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema endócrino.
Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital, que a ciência comum ainda não pode identificar, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade. As redes nervosas constituem-lhe os fios telegráficos para ordens imediatas a todos os departamentos celulares, e sob sua direção efetuam-se os suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns autônomos dos órgãos.
O Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, em seu estudo sobre a pineal, chegou à seguinte conclusão: "A pineal é um sensor capaz de 'ver' o mundo espiritual e de coligá-lo com a estrutura biológica. É uma glândula, portanto, que 'vive' o dualismo espírito-matéria. O cérebro capta o magnetismo externo através da glândula pineal".
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