(DEUS É UMA MENTE QUANTICA NÃO LOCAL)
Acredita em Deus ?...Deveria !
Na maioria dos inquéritos, cerca de nove em cada dez americanos respondem afirmativamente. Os restantes dez por cento dão uma variedade de respostas, incluindo uma favorita entre cépticos e ateus. “qual Deus ?”, dita numa maneira aduladora e seguida de uma lista de deidades: Afrodite, Amon Ra, Apollo, Baal, Brahma, Ganesha, Isis, Mithras, Osiris, Shiva, Thor, Vishnu, Wotan e Zeus.
Em debates teólogos usam os argumentos tradicionais para a existência de Deus: o argumento cosmológico (primeiro movedor, primeira causa), o argumento teleológico (a ordem e desígnio do universo), o argumento ontológico (se é logicamente possível que Deus exista, então Deus existe), o argumento antrópico (as características perfeitamente afinadas da natureza), o argumento moral (consciência do certo e do errado), e outros.
Todas são razões para acreditar, se já acredita; se ainda não acredita, estas razões soam a oco e foram refutadas por filósofos desde David Hume a Daniel Dennett.
Deepak Chopra, tem argumentos para a existência de uma deidade de uma destreza radicalmente diferente.
Filmado pela Nightline da ABC e visto por milhões, Deepak disparou uma série de argumentos que soavam científicos para a existência de uma força quântica não-local de ação à distância.
Chamemos-lhe o Deus 2.0.
Os estudiosos na Idade Média desenharam correspondências entre o microcosmos (a terra) e o macrocosmos (os céus), encontrando ligações entre órgãos corporais, minerais terrenos e corpos celestes que compunham um sistema inteiro interligado e interdependente.
O Ouro corresponde ao Sol, que corresponde ao Coração. Prata corresponde à Lua, que corresponde ao Cérebro. Mercúrio corresponde ao planeta Mercúrio, que corresponde às Gónadas. Os quatro elementos Terra, Água, Ar e Fogo estavam astrologicamente emparelhados com os quatro traços da personalidade baseados no humor: melancólico, fleumático, sanguíneo e colérico.
Na sua essência, a teologia New Age do Deepak inspira-se na correspondência da Idade Média entre os eventos do mundo macrocósmico e os efeitos quânticos do microcosmos, um upgrade do Deus 1.0 para Deus 2.0, bem capturada no seguinte quadro (inspirado pelo meu colega e amigo Stephen Beckner):
Deus 1.0
Onipresente
Inteiramente homem/inteiramente Deus
Milagres
Salto de fé
Transubstanciação
Conselho de Roma
Forças sobrenaturais
Céu
Inferno
Eternidade
Oração
Divindade
A Trindade
Perdão do pecado
Imaculada concepção
Ressurreição
Deus 2.0
Não - local
Dualidade onda/partícula
Colapso da função de onda
Salto quantico
Princípio da incerteza de Heisenberg
Interpretação de Copenhagen
Anti-matéria
Energia negra
Matéria Negra
Contínuo espaço/tempo
Entrelaçamento quântico
Relatividade geral
Relatividade restrita
Apagamento quântico
Incoerência quântica
Realidade virtual
Deepak acredita que a estranheza do mundo quântico (como o princípio da incerteza de Heisenberg) pode ser ligada a certos mistérios do macro mundo (como a consciência). Esta suposição baseia-se no trabalho da equipa de Roger Penrose e Stuart Hameroff, cuja teoria da consciência quântica gerou muito calor mas pouca luz nos círculos científicos.
Dentro dos nossos neurónios existem pequenos microtúbulos ocos que funcionam como um esqueleto estrutural. A conjectura é que alguma coisa dentro dos microtúbulos possa iniciar um colapso da função de onda que leva à incoerência quântica dos átomos, resultando na libertação dos neurotransmissores para as sinapses entre os neurónios, fazendo-os disparar num padrão uniforme, criando o pensamento e a consciência.
Dado que o colapso da função de onda só ocorre quando o átomo é “observado” (ou seja, afetado de alguma maneira por qualquer coisa), a “mente” será o observador num circuito recursivo de átomos para moléculas para neurónios para pensamento para consciência para mente para átomos para moléculas para neurónios para…
Na realidade, o fosso entre os efeitos quânticos no microcosmos e os eventos do mundo macrocósmico é demasiado grande para ser transposto. No seu livro de 1995 O Quantum Inconsciente, o físico da Universidade do Colorado Victor Stenger demonstra que para um sistema ser descrito pela mecânica quântica a massa típica do sistema m, a velocidade v, e distância d tem de ser na ordem da constante de Planck h. “Se mvd é muito maior que h, o sistema poderá provavelmente ser tratado de forma clássica”. Stenger calcula que a massa das moléculas neurotransmissoras, e as velocidades a que atravessam a distância da sinapse, estão cerca de três ordens de grandeza acima do necessário para que os efeitos quânticos sejam influentes.
Não existe nenhuma ligação microcosmos-macrocosmos. As partículas subatómicas podem ser alteradas quando são observadas, mas ao contrário do que Deepak acredita, a lua está lá mesmo que ninguém olhe para ela.
O uso que Deepak faz da física quântica é o que o físico quântico do Caltech e prémio Nobel Murray Gell-Mann chama de “disparate quântico,” que é quando se junta uma série de termos e frases da física quântica e se parte do princípio que isso explica alguma coisa do mundo normal em que vivemos. “A mente é como uma nuvem electrónica que rodeia o núcleo de um átomo”, escreve Chopra no seu livro de 2006 Vida Após a Morte. “Até que apareça um observador, os eletrons não têm identidade física no mundo; há apenas uma nuvem amorfa.
Da mesma maneira, imaginemos que há uma nuvem de possibilidades abertas ao cérebro a cada momento (consistindo de palavras, memórias, ideias e imagens por onde escolher). Quando a mente dá um sinal, uma dessas possibilidades torna-se um pensamento no cérebro, tal como uma nuvem de energia colapsa num elétron"
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