quinta-feira, 17 de março de 2011

PESQUISA - "GRÁVIDAS DEVEM EVITAR O USO DE CELULAR"



As mulheres grávidas que usam frequentemente o celular correm mais riscos de terem filhos com transtornos de comportamento,segundo um estudo dinamarquês. O estudo se baseia em uma série de nascimentos dinamarqueses que inclui 100.000 mulheres grávidas entre 1996 e 2002.

Neste também se incluem mais de 28.000 crianças que tinham 7 anos em dezembro de 2008. A pesquisa foi realizada após um primeiro estudo sobre 13.000 crianças com sete anos até novembro de 2006, que já tinha demonstrado uma relação entre a exposição pré-natal e problemas de comportamento.

Os novos dados, publicados ontem pela revista especializada Journal of Epidemiology and Community Health, mostram que mais de um terço das crianças de 7 anos (35%) utilizam um telefone celular (frente aos 30% do primeiro estudo).

Dezessete por cento haviam sido expostos ao telefone celular antes e depois do nascimento (frente a 10% anteriores).

Ao contrário, 53% das crianças do primeiro estudo e 39% do segundo não teriam sido expostas antes ou depois do nascimento.

As categorias de exposição foram definidas segundo vários critérios: número de ligações diárias, localização do aparelho fora do seu uso (na bolsa no ou bolso), uso de fone de ouvido...

Nos dois estudos, uma proporção de aproximadamente 3% das crianças tiveram um comportamento anormal e outros 3% apresentaram um risco de comportamento anormal.

Segundo os pesquisadores, as crianças expostas à telefonia celular antes e depois do nascimento tinham 50% mais riscos de apresentar transtornos de comportamento.

Para as crianças expostas apenas antes do nascimento, o risco era de 40%.

Para validar seus resultados, os cientistas levaram em conta outros possíveis fatores de influência, como o tempo que a mãe passou cuidando do filho. “Mesmo sendo prematuro interpretar estes resultados como uma relação de causalidade, tememos que a exposição precoce aos telefones celulares possa comportar um risco que, se for comprovado, seria um problema de saúde pública, levando em conta o uso tão disseminado desta tecnologia”, concluíram os autores.

O que se imagina é que a exposição à radiação emitida pelo celular, ainda que pequena, não seria bem absorvida pelo organismo humano.

Os pesquisadores afirmam ainda que talvez ela pode não ser a grande vilã. As mães que mais usavam o telefone poderiam ser também mais negligentes com as crianças.

Abner Lobão Neto, ginecologista e obstetra, professor chefe do Pré-Natal Personalizado da Escola Paulista de Medicina, recomenda ponderação. "Pode até ser que o resultado um dia venha a se comprovar, mas os dados parecem inconclusivos", diz. Este é o primeiro estudo na área a traçar um paralelo entre o uso do celular e o aparecimento de problemas de comportamento em crianças.

Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Eisntein, em São Paulo, concorda. "Não dá para falar 'não use mais celular'. Mas eu diria às minhas pacientes para usar o mínimo possível", afirma.


Fonte : http://www.jornaldeuberaba.com.br/caderno saúde

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