Pesquisa realizada com mais de 60 mil pessoas em 11 países, incluindo o Brasil, mostra que menos da metade das 2,4% que apresentam transtorno bipolar não recebe tratamento. Caracterizado por oscilações de humor entre euforia e depressão, esse transtorno pode causar irritabilidade, agressividade e ideias suicidas.
Os resultados mostraram que mesmo com a gravidade dos sintomas apenas 42,7% das pessoas com o problema se tratavam. O Brasil apresentou índices de tratamento ainda menores: 33,9%. Segundo Laura Helena de Andrade, coordenadora de epidemiologia do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo e responsável pela coleta de dados na Grande São Paulo, muitos bipolares recebem diagnóstico de depressão, ou os sintomas são confundidos como efeitos do uso de drogas.
Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que bipolaridade representa 0,9% das doenças incapacitantes, logo à frente do Alzheimer, com 0,8%. De acordo com o psiquiatra Ricardo Moreno, do Instituto de Psiquiatria, a pessoa já começa a ter problemas na adolescência ou no começo da vida adulta e, ao longo do tempo, vai perdendo habilidades como capacidade de raciocínio, memória e concentração.
Segundo especialistas, a doença é crônica, o que faz com que seu tratamento seja longo. O não-tratamento só dificulta os relacionamentos no trabalho e na família. “A pessoa bipolar que não recebe tratamento tem mais chances de recorrer a drogas, álcool e de cometer suicídio”, afirma psiquiatra Eduardo Tischer, da Universidade Federal de São Paulo.
Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria
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