(Informações Genéticas Não Locais)
A evolução, de modo tradicional, é enxergada como uma mudança na frequência dos alelos, ou alguma alteração gênica que possa ser transmitida à próxima geração. Aliás, esse é um paradigma atual na teoria da evolução.
Recentemente (ou nem tanto), tem-se descoberto e discutido sobre herança epigenética (que vai além dos genes), ou seja, mudanças que possam ser transmitidas para as próximas gerações, por outra via que não a genética. Outra ângulo de visão seria imaginar o ambiente induzindo mudanças nas próximas gerações (e não apenas selecionando, algo que se aproxima mais do Lamarckismo).
Já há dados que corroborem isso, a exemplo das deformações induzidas pelo uso da talidomida, já que ocorrem em um número muito alto para serem creditadas totalmente à mutações, ou que a prole de ratos e camundongos tratados com carcinogênicos são predispostos a desenvolver anormalidade.
Também se sabe que alguns efeitos ambientais podem causar alterações que passam por pelo menos 3 gerações, a exemplo de organismos que passaram por grande privação de alimentos (há estudos sobre isso com populações humanas pós-segunda guerra mundial)
Esse mecanismo não anula ou vai necessariamente de encontro a teoria da da evolução, e podemos acoplá-lo a ela.
Podemos imaginar que a Seleção Natural também funcione para heranças epigenéticas.
A evolução é a área que mais me intriga na biologia, e tenho muitas dúvidas em relação a ela.
Creio que a epigenética pode ajudar a elucidar algumas questões como o surgimento de clados mais elevados (macroevolução), ou ajudar a entender grandes variações morfológicas que aparecem nos registros geológicos após uma grande crise, como um desastre ambiental de impacto global.
Mas como ainda se conhece pouco sobre isso, é difícil prever sua importância para a evolução dos seres vivos.
Fascinante!
É muito interessante esta colocação.
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