(..ou quase isto !)
Pobre Ponce de Léon. O explorador espanhol e seus seguidores procuraram a Fonte da Juventude no Novo Mundo. Porém, tudo que encontraram foi uma espessa vegetação, e por isso chamaram o lugar de Flórida. Frustado em sua busca da eterna juventude, Ponce de León voltou à Espanha, onde envelheceu e morreu.
Ele não foi o primeiro, nem o último, a ponderar sobre os mistérios do envelhecimento ou a buscar formas de combatê-lo. Desde os primeiros capítulos do Gênesis, as pessoas vêm tentando entender por que envelhecemos e morremos, e como superar (ou pelo menos adiar) a inevitabilidade da morte.
Ao longo da história, e em todas as culturas, o folclore está repleto de poções e receitas para uma vida longa e uma velhice saudável e cheia de vitalidade. Nas montanhas caucasianas do leste europeu, lendas falam de informações sobre os benefícios do iogurte e do leite de cabra para a saúde e a longevidade.
Do século XIX em diante, milhões de pessoas dirigiram-se para as terras exploradas por Ponce de León, na esperança e crença de que os invernos ensolarados da Flórida pudessem melhorar sua saúde e, de alguma forma, desacelerar o relógio da natureza.
Na Índia, os iogues praticam meditação e bebem a própria urina. Nos Estados Unidos, as tentativas de retardar o ritmo do processo de envelhecimento vão do treinamento multinacional aos cristais.
Será que essa migração anual é apenas uma resposta às propagandas de agências de viagens e do mercado imobiliário, ou existe alguma necessidade mais profunda e mais primitiva em ação?
A idéia não é tão forçada quanto você poderia imaginar. Pois os cientistas estão descobrindo hoje que os padrões de claro e escuro afetam de forma surpreendentes nossa saúde. Novas descobertas revelam que os ciclos de luz do dia regulam os ritmos biológicos básicos em animais – deixando os pássaros inquietos no outono e as porcas férteis na primavera – e nos seres humanos.
Hoje, centenas de pesquisadores, trabalhando em laboratórios universitários ou patrocinados pelo governo no mundo inteiro, estão reunindo um conjunto crescente de indícios de que esses padrões de claro e escuro – e as respostas químicas do nosso corpo a eles – podem ser a chave para que desvendemos os mistérios do envelhecimento.
Encontrando a fonte da juventude
Se existe realmente uma Fonte de Juventude, ela provavelmente está localizada entre suas orelhas: uma pequena glândula coniforme localizada no centro do cérebro, conhecida como glândula pineal. No que diz respeito às fontes, a glândula pineal não é muito produtiva.
Libera na corrente sangüínea quantidades quase indetectáveis de uma substância chamada melatonina. Mas, à medida que aprenderam mais sobre esse hormônio misterioso e indefinível, os pesquisadores descobriram que a melatonina tem efeitos de grande alcance sobre alguns dos processos mais básicos do nosso organismo. De fato, gota a gota, a melatonina pode ser um dos hormônios mais poderosos do corpo.
Conectada aos olhos por uma via nervosa direta, a glândula pineal produz melatonina quando a noite cai, ajudando a regular os ritmos diários básicos de seu organismo. Os estudos clínicos iniciais da melatonina concentram-se em problemas relacionados aos ciclos do sono e da vigília; por exemplo, os que afetavam viajantes e pessoas que trabalhavam em horário noturno.
Porém, quando começaram a analisar mais cuidadosamente a melatonina, os pesquisadores descobriram que o hormônio também tem efeito de longo prazo sobre o corpo. E agora estão aprendendo que a melatonina pode ser útil no tratamento de várias doenças que, à primeira vista, parecem não estar relacionadas.
Eis aqui os motivos:
Uma das fontes mais comuns de dano celular deriva-se de um processo químico chamado oxidação. Na prática cotidiana, a oxidação faz com que o ferro enferruje, a tinta desbote e a manteiga fique rançosa. Em nível celular, causa danos degradando os compostos químicos complexos e delicados que são necessários para a vida e para a saúde. Esses ataques químicos causam diversos problemas de saúde, das rugas da pele às doenças cardíacas.
E, danificando o DNA das células, esse processo pode promover o câncer, transformando uma célula saudável em uma célula cancerígena.
Ocorre que a melatonina pode ser útil na prevenção e tratamento dessas doenças, pois é um dos mais poderosos antioxidantes já descobertos. Quando está presente nas células, impede a ocorrência de danos químicos.
Bloqueando a oxidação celular, a melatonina pode ajudar a prevenir as mudanças nos vasos sangüíneos que levam à hipertensão e aos ataques cardíacos e reduzir a probalidade de ocorrência de outros tipos de câncer. (De fato, já estão sendo realizados testes clínicos destinados a estudar sua eficácia na prevenção e tratamento do câncer de mama).
E mais: a descoberta das propriedades antioxidantes da melatonina levou a uma nova forma de pensar sobre o envelhecimento. Os cientistas reconheceram há anos que esses tipos de problemas de saúde estão intimamente conectados ao processo de envelhecimento, mas até agora não sabiam por quê.
À medida que começaram a conhecer melhor o papel da melatonina na prevenção do dano celular em todo o corpo, muitos pesquisadores estão começando a adotar uma visão radicalmente nova: Eles acreditam que muitos desses problemas de saúde relacionados à idade, senão a maioria deles, são causados pelos níveis decrescentes de melatonina.
Os níveis naturais de melatonina diminuem com o envelhecimento, e parece que esse declínio pode diminuir a capacidade de nosso corpo de prevenir e reparar os danos causados pela oxidação.
Portanto, além de todos esses benefícios específicos à saúde proporcionados pela melatonina, existem outros importantíssimos :
- A dádiva da juventude
- Um sono melhor
- Um sistema imunológico mais forte
- Níveis mais baixos de colesterol
- Proteção contra o câncer
- Mais energia
- Maior potência sexual
Parece que a melatonina e a glândula pineal controlam o próprio relógio do envelhecimento, e que podemos usar a melatonina para retardar esse processo.
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