terça-feira, 27 de janeiro de 2015

PESQUISA - "O CARBOIDRATO MATA O CÉREBRO LENTAMENTE"

(OBESIDADE, ALZHEIMER, DEPRESSÃO E DIABETES)

O carboidrato já foi declarado como o vilão em diversas dietas que visam o emagrecimento, mas um programa alimentar proposto pelo neurologista e nutricionista americano David Perlmutter prega que alimentos ricos nesse nutriente – principalmente os que contêm glúten – não só engordam como também matam o cérebro aos poucos.
A ideia alarmante  foi esmiuçada no livro “A Dieta da Mente: A surpreendente verdade sobre o glúten e os carboidratos – os assassinos silenciosos do seu cérebro” (editora Paralela).
Na obra, o médico cita diversos estudos científicos que apontam uma relação entre o consumo de alimentos como trigo, aveia, cevada e seus derivados e o desenvolvimento de doenças degenerativas como o Alzheimer, depressão, enxaqueca, entre outras.
Esses e vários outros problemas, segundo Perlmutter, surgem devido ao alto potencial inflamatório dos itens com glúten, como pães, bolos, biscoitos e cerveja. Essa relação entre carboidrato (açúcar) e distúrbios cognitivos é tamanha que o neurologista não teme dizer que o Alzheimer é, na verdade, um novo tipo de diabetes.  (Temos outros artigos reforçando este estudo aqui no nosso Blog)
A justificativa está também no fato de que pessoas com diabetes tipo 2 têm mais chances de ter Alzheimer do que quem é saudável. A ousada proposta de sua dieta é voltar a comer da forma como nossos ancestrais do período Paleolítico, com um cardápio predominantemente composto por GORDURAS (75%) e proteínas (20%) e pouquíssimos carboidratos (5%).
A diferença é chocante, se comparada com a dieta que predomina atualmente, de 60% de carboidratos, 20% de gordura e 20% de proteínas.
A ideia que ele propõe inclui eliminar inclusive grãos considerados saudáveis, como os integrais, e a permissão de comidas demonizadas, como aquelas ricas em colesterol – que, para ele, é quase que inofensivo, para o desespero dos cardiologistas.
De acordo com o regime descrito no livro, isso vale não só para quem tem sensibilidade ao glúten, mas para todas as pessoas. Segundo o autor, não há risco de aumentar as gorduras do corpo, se ele não estiver sob os efeitos negativos dos carboidratos.
Perlmutter afirma, no livro, que a inflamação causada por esses nutrientes desencadeia um processo de oxidação no organismo e é precisamente o LDL (conhecido como colesterol ruim) oxidado que provoca o acúmulo de gordura nas artérias. Em um corpo não inflamado, o LDL segue sua função de levar o colesterol vital (HDL) para o cérebro.
Além de pregar que as gorduras são amigas do homem, o neurologista afirma que fazer jejuns (de 24 a 72 horas) e tomar suplementos, como cúrcuma, probióticos e óleo de coco, também ajudam a melhorar as funções cerebrais.
Fonte : http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida

PESQUISA - "FALTA DE MELATONINA CAUSA DIABETES E OBESIDADE"


Médicos brasileiros descobriram que a melatonina pode ser uma importante aliada no combate a distúrbios metabólicos, entre eles diabetes, hipertensão e obesidade.
Muito além de apenas regular o sono, a melatonina controla a ingestão alimentar, o gasto de energia, o acúmulo da energia no tecido adiposo e a síntese e a ação da insulina nas células.
Além disso, o hormônio é um importante agente anti-hipertensivo, regula a resposta do organismo à atividade física aeróbica e participa da formação de neurônios durante o desenvolvimento fetal e pós-natal.
Isto sem contar estudos recentes que mostraram que a melatonina combate o câncer de mama.
Melatonina e metabolismo energético
Agora, o grupo de pesquisa coordenado pelo Dr. José Cipolla Neto, da USP (Universidade de São Paulo) acaba de concluir um estudo mostrando o papel da melatonina no metabolismo energético.
"Nossos dados fundamentaram na literatura científica a importância da melatonina no controle da ingestão alimentar, do dispêndio energético pelo organismo e do armazenamento de energia nos estoques, como o tecido adiposo e o fígado. O resultado final desse balanço energético é o peso corpóreo. Podemos afirmar que a melatonina tem papel fundamental na regulação do peso corpóreo," explicou o Dr. José Cipolla.
Segundo ele, a melatonina é um poderoso regulador da secreção e da ação da insulina, com várias funções importantes no organismo, entre as quais regular o desvio da energia ingerida pela alimentação para os estoques energéticos, bem como a retirada de energia desses estoques para uso nas atividades do dia a dia.
"Pode ser vista, portanto, como um possível coadjuvante no tratamento do diabetes do tipo 2, decorrente da resistência insulínica. Mesmo no diabetes do tipo 1, no qual há pouca produção de insulina, a melatonina poderia melhorar a ação desse hormônio pancreático," disse o médico.
Evitar a luz azul à noite
Os problemas de saúde podem começar a aparecer quando a produção de melatonina é prejudicada - e essa produção se dá sobretudo à noite.
"A principal causa de queda na produção noturna de melatonina é a foto estimulação. A maioria das pessoas começa a produzir esse hormônio por volta de 20 horas. Quando o indivíduo se expõe à luz durante a noite, seja vendo TV ou mexendo no smartphone ou no computador, a síntese de melatonina que deveria estar ocorrendo nesse período é bloqueada. 
Esse pode ser um dos fatores por trás da epidemia de obesidade da sociedade contemporânea," disse José Cipolla.
Segundo o médico, para evitar ou minimizar o problema, além de dormir bem em quartos sem iluminação, o ideal é evitar a luz azul à noite.
"Uma das coisas que têm sido sugeridas é eliminar o comprimento de onda da luz azul, de 480 nanômetros, que controla a ritmicidade circadiana e a produção de melatonina. 
As empresas de iluminação já estão trabalhando nesse tema. Estudos mostraram que, se o ambiente noturno estiver com baixas intensidade de luz azul, o indivíduo pode permanecer trabalhando sem ter a ritmicidade circadiana e a produção de melatonina afetadas significativamente. Mas esse é justamente o comprimento de onda emitido pelo LED de luz azul presente em computadores, televisores e smartphones. Há empresas que vendem películas para colocar na tela e filtrar a luz azul. É uma forma de lidar com o problema," conclui o médico.
Fonte : www.diariodasaude.com.br

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

CIÊNCIA - " A CONSCIÊNCIA É UMA MANIFESTAÇÃO QUÂNTICA DETECTÁVEL "


Uma das hipóteses para explicar a consciência mais controversas surgidas nos últimos 20 anos foi criada pelo físico-matemático Sir Roger Penrose. Segundo ela, a consciência seria o resultado de fenômenos quânticos acontecendo ao nível dos neurônios.
Esta hipótese ou teoria tem sido muito criticada. Um dos problemas alegados seria que o cérebro é um ambiente muito úmido, quente e ruidoso para que fenômenos como coerência quântica se manifestem. No entanto, já foram demonstrados fenômenos quânticos na orientação das aves, na fotossíntese, e no nosso sentido olfatório.
Em uma revisão de 20 anos da teoria “Orch OR” (Orchestrated Objective Reduction, ou Redução Objetiva Orquestrada), os autores Stuart Hameroff e Sir Roger Penrose afirmam que, das 20 previsões testáveis da teoria, 6 foram confirmadas, e nenhuma foi refutada.
A mais recente confirmação, segundo os autores, foi a descoberta de vibrações quânticas em microtúbulos dentro dos neurônios. A descoberta, realizada por um grupo de pesquisadores liderados por Anirban Bandyopadhyay, do Instituto Nacional de Ciências Materiais em Tsukuba, Japão (e atualmente trabalhando no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA) sugere que os ritmos observados em eletroencefalogramas (EEGs) derivam de vibrações em microtubos.
Outro trabalho, feito pelo laboratório de Roderick G. Eckenhoff, na Universidade da Pensilvânia (EUA), sugere que a anestesia, que desliga de forma seletiva a consciência, ao mesmo tempo que mantém as atividades não conscientes do cérebro, também atua via microtúbulos nos neurônios cerebrais.
Os microtúbulos, vibrando na frequência de megahertz, acabam gerando padrões de interferência, ou “batimentos” em frequências menores, batimentos estes que aparecem nos EEGs. Em testes clínicos, o cérebro foi estimulado com ultrassom transcraniano, e foram relatadas melhoras de humor, que talvez venham a ser úteis no tratamento de Alzheimer e danos cerebrais no futuro.
Os autores Hameroff e Penrose afirmam que, depois de 20 anos de críticas céticas, “a evidência agora claramente apoia a Orch OR”. Eles acreditam que tratar as vibrações dos microtúbulos cerebrais poderá trazer benefícios a várias funções mentais, neurológicas e cognitivas. 

sábado, 24 de janeiro de 2015

CIÊNCIA - "A VIA LÁCTEA TODA, É UMA PASSAGEM PARA OUTRAS DIMENSÕES"


Você acreditaria que a Via Láctea inteira pode ser um gigantesco buraco de minhoca, um "sistema de transporte" ?
Pois com base nos últimos dados e cálculos dos físicos, nossa galáxia pode, em teoria, ser um enorme buraco de minhoca, um túnel no espaço-tempo capaz de nos levar aos confins do Universo. E, se isso for verdade, a Via Láctea seria um buraco de minhoca "estável e navegável".
Esta é a hipótese levantada por uma equipe de físicos indianos, italianos e norte-americanos que, de quebra, tenta estimular seus colegas cientistas a repensar a matéria escura "com mais precisão".
"Se combinarmos o mapa da matéria escura na Via Láctea com o modelo mais recente do Big Bang para explicar o Universo, e aventarmos a hipótese da existência de túneis no espaço-tempo, o que temos é que a nossa galáxia realmente poderia conter um desses túneis, e que o túnel poderia até mesmo ser do tamanho da própria galáxia," explica Paolo Salucci, astrofísico da Escola Internacional de Estudos Avançados (SISSA), na Itália.
"Mas há mais: Nós poderíamos até mesmo viajar por este túnel, uma vez que, com base em nossos cálculos, ele pode ser navegável, exatamente como aquele que vimos no recente filme Interestelar," acrescenta o cientista.
Buracos de minhoca
Embora túneis no espaço-tempo ou Pontes de Einstein - tenham ganho popularidade entre o público por meio dos filmes de ficção científica, eles têm sido o foco de atenção de pesquisas sérias dos físicos há décadas - Albert Einstein e Nathan Rosen publicaram seu trabalho em 1935 e levaram a fama, mas Ludwig Flamm havia publicado um trabalho sobre túneis no espaço-tempo em 1916.
Mais recentemente, os buracos de minhoca foram a grande estrela do filme Interestelar, de Christopher Nolan.
"O que tentamos fazer em nosso estudo foi resolver a equação fundamental na qual a astrofísica 'Murph' [personagem do filme, interpretada por Jessica Chastain] estava trabalhando. É evidente que nós fizemos isso muito antes de o filme sair," brinca Salucci. "É, de fato, um problema extremamente interessante para estudos da matéria escura.
Mas será que essa teoria poderia ser testada experimentalmente?
"Em princípio, poderíamos testar a hipótese comparando duas galáxias - nossa galáxia e outra, muito próxima, por exemplo a Nuvem de Magalhães, mas ainda estamos muito longe de qualquer possibilidade real de fazer essa comparação," responde Salucci.
Matéria Escura? Fala sério
Para chegar às suas conclusões, os astrofísicos combinaram as equações da Relatividade Geral com um mapa extremamente detalhado da distribuição da matéria escura na Via Láctea, obtido em um estudo realizado pela equipe em 2013.
"Além da hipótese da ficção científica, nossa pesquisa é interessante porque propõe uma reflexão mais complexa sobre a matéria escura," explica o físico, que conclama seus colegas a "falar mais sério" sobre a hipótese da matéria escura.
Ele salienta que os cientistas vêm tentando há muito tempo explicar a matéria escura levantando a hipótese da existência de uma partícula específica, o neutralino, que no entanto, nunca foi identificada no LHC e nem observada no Universo.
Mas também existem teorias alternativas que não se baseiam nessa partícula "e talvez seja a hora de os cientistas levarem essa questão mais a sério," recomenda Salucci, sem ser muito ácido em suas críticas às atuais teorias da matéria escura.
A seguir ele acrescenta suas próprias ideias e os caminhos que as discussões deveriam tomar.
"A matéria escura pode ser 'outra dimensão', talvez até mesmo um sistema central de transporte galáctico. De qualquer forma, nós realmente precisamos começar a nos perguntar o que a matéria escura é," conclui Salucci.
Bibliografia:


Possible existence of wormholes in the central regions of halos
Farook Rahaman, P. Salucci, P.K.F. Kuhfittig, Saibal Ray, Mosiur Rahaman
Annals of Physics
Vol.: 350, Pages 561-567
DOI: 10.1016/j.aop.2014.08.003
FONTE LIMPA : http://www.inovacaotecnologica.com.br/

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

PESQUISA - "MELATONINA E A ENDOMETRIOSE"


Endometriose é uma doença benigna que afeta mulheres em idade fértil. Tem caráter multifatorial estrogenodependente associado à resposta inflamatória generalizada na cavidade peritoneal e sendo a causa mais comum de dor pélvica crônica. 

Objetivos: O estudo comparou o efeito da melatonina (10 mg/dia) com placebo na dor e níveis séricos do Brainderived neurotrophic factor (BDNF) de pacientes com endometriose.

 Métodos: Foi realizado um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, em paralelo, controlado com placebo. Foram incluídas mulheres com idade entre 24 e 52 anos com diagnóstico de endometriose por laparoscopia selecionadas a partir da agenda diária de consultas do ambulatório de Ginecologia e por chamamento na mídia local, no período de setembro de 2010 a abril de 2012. 

Foram utilizados questionários para avaliar a frequência e a intensidade da dor (na relação sexual, na micção e no trabalho), sintomas depressivos, nível de pensamento catastrófico e o Structured Clinical Interview for DSM-IV (SCID) para diagnósticos psiquiátricos.

Resultados: Na analise por intenção de tratar a média de dor no período menstrual foi de 4,8 cm ± 0,15 no grupo que recebeu melatonina (n=20) e de 6,9 cm ± 0,13 no grupo placebo (n=20) !

Também houve diferença entre as médias de dor ao urinar !

Pacientes que receberam melatonina tiveram redução nos níveis séricos de BDNF. 

Conclusões: O uso da melatonina foi associado à redução da dor mesmo fora do período menstrual em pacientes com endometriose. O tratamento também reduziu os níveis de BDNF, sugerindo mudança em sistemas moduladores de dor. 

Tais achados sugerem que a melatonina é eficaz no tratamento da endometriose.


FONTE : http://www.lume.ufrgs.br


TítuloEficácia da melatonina no tratamento da endometriose
AutorSantos, Claudia Carina Conceição dos 
OrientadorCaumo, Wolnei 
Data2012
NívelMestrado
InstituiçãoUniversidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Medicina: Ciências Médicas.
AssuntoEndometriose
Melatonina
[en] Endometriosis
[en] Melatonin
[en] Pineal-immune axis 

sábado, 17 de janeiro de 2015

PESQUISA - "LANTERNA MEDICINAL COMBATE INFECÇÕES"



O estudante brasileiro Caio Moreira Guimarães, foi premiado pela Universidade de Harvard e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambos nos EUA, pelo desenvolvimento de uma "lanterna medicinal".
O aparelho portátil é capaz de erradicar infecções provocadas por bactérias resistentes a antibióticos, usando apenas algumas frequências de luz.
Caio, formado em engenharia Elétrica pela Escola Politécnica de Pernambuco (POLI/UPE), é bolsista do Programa Ciência Sem Fronteiras, que está enviando milhares de universitários e recém-formados para estágios e complemento de estudos em universidades do exterior e trazendo pesquisadores experientes para ensinar no Brasil.
Depois de especializar-se em engenharia elétrica biomédica, Caio conseguiu uma vaga para fazer pesquisas em um dos laboratórios de maior prestígio no mundo na área, o Centro Wellman de Fotomedicina, em Boston (EUA).
Prêmios
O estudante apresentou sua lanterna medicinal em um evento que reúne os melhores estudantes da área médica e tecnológica, quando então seu trabalho foi classificado e escolhido por cientistas de Harvard e do MIT como o melhor do evento em sua categoria.
Em reconhecimento ao seu projeto, Caio recebeu o convite do chefe do laboratório para apresentar sua nova tecnologia em fevereiro de 2015 na Photonics West, considerada a maior conferência de fotomedicina do mundo, realizada em São Francisco, na Califórnia.
http://www.diariodasaude.com.br/

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

ALERTA - "ADOÇANTES ARTIFICIAIS ENGORDAM E PODEM CAUSAR DIABETES"


Os adoçantes artificiais, promovidos como auxiliares para perda de peso e prevenção da diabetes, podem, na verdade, acelerar o desenvolvimento de intolerância à glicose e doença metabólica.
De acordo com um artigo publicado na revista “Nature”, eles fazem isso de uma forma surpreendente: alterando a composição e função da microbiota intestinal, a população substancial de bactérias que reside em nossos intestinos.
De acordo com Eran Elinav, do Departamento de Imunologia do Instituto Weizmann (Israel), que liderou a pesquisa em parceria com Eran Segal, o uso generalizado de adoçantes artificiais em bebidas e alimentos pode contribuir para a obesidade e epidemia de diabetes que está varrendo boa parte do mundo !
Durante anos os pesquisadores vêm tentando entender o fato de que adoçantes artificiais não calóricos não parecem ajudar na perda de peso. Alguns estudos têm sugerido que eles podem até ter um efeito contrário.
A novo pesquisa descobriu que os adoçantes artificiais, mesmo aqueles que não contêm açúcar, têm um efeito direto sobre a capacidade do corpo de utilizar a glicose. A intolerância à glicose – que acredita-se ocorrer quando o corpo não consegue lidar com grandes quantidades de açúcar na dieta – é o primeiro passo no caminho para a síndrome metabólica e diabetes do adulto.
Os cientistas deram água com os três adoçantes artificiais mais comumente usados (nas quantias equivalentes àquelas permitidas por lei) a camundongos. Estes ratos desenvolveram intolerância à glicose, em comparação com os ratos que bebiam água ou mesmo água com açúcar. Repetir a experiência com diferentes tipos de ratos e diferentes doses dos adoçantes produziu os mesmos resultados – de alguma forma, estas substâncias induziram a intolerância à glicose.
Em seguida, os pesquisadores investigaram a hipótese de que a microbiota intestinal estivesse envolvida neste fenômeno. Eles cogitaram que a bactéria poderia fazer isso ao reagir a novas substâncias, como adoçantes artificiais, que o próprio corpo pode não reconhecer como “alimento”. Com efeito, os adoçantes artificiais não são absorvidos no trato gastrointestinal, mas ao passar por ele encontram triliões de bactérias na microbiota intestinal.
Então, os pesquisadores trataram os ratos com antibióticos para erradicar muitas das suas bactérias intestinais, o que resultou em uma reversão total dos efeitos dos adoçantes artificiais sobre o metabolismo da glicose. Depois, transferiram a microbiota de ratos que consumiram adoçantes artificiais aos ratos “livres de germes”, resultando em uma transmissão completa da intolerância à glicose para os ratos destinatários.
O mesmo grupo verificou que a incubação da microbiota fora do corpo, em conjunto com edulcorantes artificiais, foi suficiente para induzir a intolerância à glucose nos ratos estéreis. A caracterização detalhada da microbiota nesses camundongos revelou profundas mudanças em suas populações bacterianas, incluindo novas funções microbianas que são conhecidas por inferir uma tendência para a obesidade, diabetes e complicações destes problemas em ratos e seres humanos.
Para descobrir se o microbiota humano funciona da mesma forma, Elinav e Segal analisaram os dados recolhidos em seu projeto de nutrição personalizado, o maior estudo humano até hoje a analisar a relação entre nutrição e a microbiota. Aqui, descobriram uma associação significativa entre o consumo auto relatado de adoçantes artificiais, configurações pessoais de bactérias no intestino e propensão para a intolerância à glicose.
Em seguida, realizaram um experimento controlado, pedindo a um grupo de voluntários que em geral não come ou bebe alimentos adoçados artificialmente para consumi-los por uma semana e, em seguida, testaram seus níveis de glicose, bem como as composições de sua microbiota intestinal.
Os resultados mostraram que muitos dos – mas não todos – voluntários tinham começado a desenvolver intolerância à glicose após apenas uma semana de consumo de adoçantes artificiais. A composição de sua microbiota intestinal explicou a diferença: os pesquisadores encontraram duas populações diferentes de bactérias do intestino humano – aquela que induziu a intolerância à glicose quando exposta aos adoçantes, e uma segunda, que não teve nenhum efeito.
Elinav acredita que certas bactérias nos intestinos das pessoas que desenvolvem intolerância à glicose reagem aos adoçantes químicos através da secreção de substâncias que, em seguida, provocam uma resposta inflamatória similar à overdose de açúcar, promovendo mudanças na capacidade do organismo de utilizar a substância.