Para ter boa cara, o melhor segredo é o mais óbvio. Descanso. E muitas horas de sono. Quando não dormimos bem, a pele mostra-se cansada, com rugas finas, cor baça, e temos olheiras. E o humor não é o melhor. Ficamos rabugentos, fazemos birras e não somos os melhores companheiros de ninguém.
Por isso, dormir bem é o melhor remédio para a saúde e para a beleza. Mas os especialistas dizem que os problemas de sono afetam muita gente. Só em Portugal calcula-se que 30 por cento da população tenha distúrbios de sono. Ou seja, dormimos mal. E para combatermos o problema recorremos em demasia ao uso de fármacos.
Os distúrbios de sono afetam sobretudo as crianças e os jovens, que se deitam cada vez mais tarde e necessitam de se levantar muito cedo. "Um hábito que pode provocar uma diminuição da capacidade abstrata e problemas de memória", lembra Teresa Paiva, neurologista e autora do prefácio do mais recente livro sobre sono publicado no nosso país: "Durma para Ser Sexy, Inteligente e Elegante", editado pela Reader's Digest.
Mas se dormir bem tem tantos efeitos positivos porque não o fazemos? Por dois motivos: temos uma vida demasiado stressante, vivemos rodeados de ruído, poluição, e tentamos roubar horas ao sono para fazer muitas outras coisas. Não sabemos esperar, nem dar tempo ao tempo.
A qualidade do sono rege-se por secreções da hormona do sono, chamada melatonina. Esta hormona produz-se durante a noite, com a ausência da luz, mas a sua secreção diminui com a idade e também quando o ritmo de vida é intenso. "Para conseguirmos um sono de boa qualidade é importante manter uma ótima regulação da melatonina e para isso o melhor é expormo-nos à luz do sol durante pelo menos uma hora por dia, de preferência de manhã", lê-se no livro.
Para além da beleza, da saúde e da boa disposição, uma boa qualidade de sono também pode ajudar a longevidade. "Temos observado uma maior longevidade em pessoas que conseguem dormir pelo menos sete horas por noite", escrevem Ellen Michaud e Julie Bain, as autoras do livro. Teresa Paiva corrobora estes argumentos e diz: "Quando dormimos o suficiente temos maior capacidade de concentração, autocontrolo e até melhor memória. Produzimos mais e o que fazemos tem mais qualidade. O sono tem influência na nossa memória, no nosso humor e no nosso metabolismo."
Por oposição, a privação do sono acarreta um risco acrescido de obesidade e diabetes. A neurologista e professora universitária explica também que "dormir pouco aumenta a ingestão e a absorção dos alimentos e, por isso, faz engordar".
A neurologista Teresa Paiva com um paciente após este realizar uma polissonografia
Os problemas de sono não escolhem géneros. Tanto afetam homens como mulheres. Nelas há várias fases na vida suscetíveis de, só por si, darem problemas de sono. "O sono difere ao longo das tempestades hormonais, com maior propensão à insónia no período pré-menstrual, na gravidez e na menopausa. E algumas sofrem até de sonolência ou hipersónia na menstruação e no primeiro trimestre da gravidez. Já os homens têm mais apneias e sofrem mais de sonambulismo", explica Teresa Paiva.
Da leitura do livro "Durma para Ser Sexy, Inteligente e Elegante" conclui-se que a relação entre sono e atividade sexual é mal conhecida. Para além do dado empírico de que ela facilita o sono, existem relatos de anomalias do comportamento sexual relacionadas com o sono. A verdade é que, como dizem as autoras desta publicação, "o sexo é um dos melhores indutores naturais do sono". Mas se fazer sexo pode ajudar a dormir melhor, não ingerir cafeína (café, chá, colas) seis horas antes de ir dormir e praticar exercício físico com regularidade também ajuda a ter noites mais tranquilas.
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