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A percepção da luminosidade, um estímulo físico, também possui uma dimensão psicológica.
Estudar a relação entre o ambiente e o mundo mental de representação dos estímulos sensoriais é a tarefa da psicofísica, ciência estudada no Laboratório da Visão do Instituto de Psicologia (IP) da USP.
Segundo a professora Dora Fix Ventura, coordenadora do laboratório, a psicofísica começou com a ideia de se fazer uma quantificação das sensações e saber a que sensações ou magnitudes destas correspondem os estímulos físicos.
Em humanos, o Laboratório estabelece metodologias para medir sensações e estuda os mecanismos neurais por trás do fenômeno psicológico.
Já com os animais, através da eletrofisiologia (estudo das propriedades elétricas em células e tecidos), o laboratório pesquisa os mecanismos neurais de processamento de estímulos visuais, principalmente no que se refere à visão de cores.
Uma das realizações do Laboratório da Visão foi a participação na descoberta de que alguns vertebrados, como a tartaruga, o beija-flor, alguns peixes e répteis, entre outros, têm visão ultravioleta.
Em humanos, as pesquisas de Solange Rios Salomão, atualmente professora da Universidade Federal Paulista (Unifesp), estabeleceram as normas para testes de acuidade visual em bebês e crianças, utilizados atualmente nos consultórios médicos.
Vários olhares
Dora Fix Ventura conta que o laboratório atende profissionais de áreas diferentes, como engenharia, biologia, educação física, psicologia e terapia ocupacional. Grande parte são pesquisadores de pós-graduação de diferentes unidades da USP.
"As pessoas têm interesses ligeiramente diferentes, aqui encontramos uma área em comum", conta Mirella Guatieri, optometrista. Para Elaine Zachi, psicóloga, quando há uma equipe multidisciplinar disponível é possível estudar o ser humano "com vários olhares".
Mirella está há dez anos no laboratório. Seu trabalho consiste em procurar indícios de alterações visuais de modo precoce, antes da manifestação do problema em pacientes diabéticos, com glaucoma ou intoxicação por solventes orgânicos como tolueno e benzeno.
Eles são encaminhados por médicos do Hospital Universitário (HU) da USP ou do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), que conhecem o trabalho feito no IP.
Síndrome de Asperger
Elaine começou agora uma nova pesquisa, fazendo avaliação neurológica de pacientes com a síndrome de Asperger, e verificando se há um perfil neurológico próprio entre eles.
Seu trabalho contará com o apoio de profissionais com diferentes formações: após coletar os dados, a pesquisadora discutirá com médicos do HC e do Projeto Genoma e também com estatísticos que atuam no laboratório.
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