Enjôos e náuseas são comuns na gravidez. Mas em alguns casos, os vômitos são persistentes e intensos, podendo levar até a perda de muito peso e desidratação: esse é o caso das mulheres afetadas pela hiperêmese gravídica (HG).
Um novo estudo demonstrou que o problema não acaba com a gravidez. As crianças cujas mães sofreram de HG foram 3,6 vezes mais propensas a desenvolverem depressão, ansiedade ou transtorno bipolar do que crianças com mães que não sofreram da doença.
22% das pacientes com HG têm sintomas durante toda a gravidez. Participantes do estudo afetadas pela doença perderam pelo menos 5% de seu peso.
Poucos estudos haviam analisado os efeitos a longo prazo do HG sobre as crianças. A pesquisa relatou que, dos participantes que tinham mães com HG, 16% tinham depressão, 8% transtorno bipolar e 7% ansiedade.
Entre aqueles cujas mães não têm HG, 3% tem depressão, 2% transtorno bipolar e 2% ansiedade.
Globalmente, 38% dos filhos de mães com HG tinham algum distúrbio psicológico ou comportamental, enquanto 15% dos filhos cujas mães não têm a desordem foram afetados.
Pesquisadores afirmam que ainda só podem especular os motivos da ligação entre o HG e os transtornos psicológicos. Uma das hipóteses é que o estresse, a ansiedade e a desnutrição durante a gravidez podem afetar o cérebro do feto que se desenvolve.
Além disso, mulheres com HG podem sofrer com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) ou problemas físicos após a gravidez, o que pode dificultar a capacidade de relacionamento com os filhos no futuro, abrindo caminho para distúrbios comportamentais mais tarde.
Ainda existem poucos tratamentos para o HG – normalmente as mulheres utilizam fluidos intravenosos ou medicação anti-náusea. A medicação anti-náusea mais usada é a que é originalmente prevista para pacientes de quimioterapia (que tem náuseas como parte dos efeitos colaterais do tratamento).
Ainda é necessário encontrar a causa do HG para que possa ser possível o desenvolvimento de tratamentos que sejam realmente eficazes – e não mais medicamentos fortes de quimioterapia.
Mesmo assim, o tratamento é imprescindível, para que os riscos para as crianças sejam menores. O tratamento precoce é a melhor maneira de reduzir as complicações no futuro.
[LiveScience]
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