(Martin Luther King)
Liberdade é força-motriz que nos possibilita a autonomia de ser pessoa, ter uma identidade própria.
A menina que tomou água sanitária para ficar branca é igual às outras, mas até hoje enfrenta dores gástricas.
Porque a menina tomou água-cloro ?
Pergunte à turma que tem 11 anos, como ela. Não, ainda não somos livres !
Estaremos em uma silenciosa guerra civil que nos restringe a mobilidade de ser pessoa ?
A hierarquia de valores alimenta a ferocidade do racismo,categorizam do seccionando o corpo social.
Tia porque dói tanto ser negro ?
A dor do menino da escola ainda transborda como uma violação a auto-estima da infância no Brasil. O racismo é cruel !
A Lei Federal nº 10.639/03 ainda enfrenta o quadro neutro em uma contundente e cotidiana batalha por uma igualdade essencial. Não, ainda não somos livres !
Liberdade é ter alternativas, um caminho de escolhas e possibilidades, sem as fronteiras punitivas e limitantes.
Mariazinha que um dia sonhou em ter seu “baile” de formatura descobriu (Eureka!) que era negra e tinha "cabelo ruim". Os sonhos de Mariazinha tropeçaram no batente da intolerância alheia: Dá licença !
Não, ainda, não somos livres!
Estaremos nós condenados a essa abstração de liberdade ou a esses lugares do nada ser ?
O menino de guias no pescoço que um dia incorporou sua ancestralidade foi banido por códigos de valores distintos e exclusivos da escola. Encarceraram a alma do menino em territórios com atalhos para a fórmula do descarte étnico. Estado laico ?
As escolas ensinam religião.
E hierarquizam o reino dos céus.
A polícia mata moto boy negros como represália por eles serem negros. Afinal,é preciso agir de acordo com a cartilha que ensina que negro, até prova ao contrario, é “elemento suspeito”.
Mataram meu filho porque ele era negro, diz a mãe, Elza Pinheiro dos Santos, pedagoga, 62 anos, em uma difícil travessia de sentimentos. E continua: “Acho que, sem dúvida nenhuma, existe aí a questão da cor da pele. Sabemos que o nosso Brasil é preconceituoso. Já conseguiu alguns avanços. Mas o preconceito parece uma erva daninha que, se você não arrancar bem a raiz, ela brota. E brotou. Acho que teve preconceito”.
Hoje não somos mais elementos suspeitos estamos nos transformando em cadáveres.
122 anos após a abolição inconclusa ser negro no Brasil é transgressão.
E nós ainda nos permitimos calar como cúmplices de uma chacina cotidiana.
Vivemos aprisionados em nossos valores de cargos e tradições.
Não, ainda não somos livres !
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